Pedro Nuno quer "rapidez" e mantém pressão a Montenegro: "Se não for preciso retificativo, melhor ainda"
Pedro Nuno Santos já tinha traçado o “verão” como a meta temporal para a resolução dos problemas.
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Pedro Nuno Santos pede “rapidez” a Luís Montenegro. É a nova palavra de ordem do secretário-geral socialista, que quer os problemas das várias classes profissionais resolvidos no menor espaço de tempo possível, com António Costa a deixar o Governo com um excedente orçamental nos cofres do Estado.
O orçamento retificativo colocado em cima da mesa por Pedro Nuno Santos pode nem ser necessário, já que o excedente orçamental deve ficar acima das previsões do Governo, em mais de 1% do PIB. A folga é grande para dar respostas aos profissionais de saúde, forças de seguranças ou professores.
A reunião da comissão nacional do PS, que decorreu em Viseu, foi totalmente à porta fechada, nas mais de três horas de discussão. À saída, perante os jornalistas, Pedro Nuno Santos afinou a estratégia para condicionar a agenda do futuro Governo de direita.
“Se não for preciso orçamento retificativo, que se resolva rápido. Melhor ainda. Nós disponibilizámos-nos, caso seja necessário. Se não for, melhor ainda. Que se resolva é rápido”, atirou.
Pedro Nuno Santos já tinha traçado o “verão” como a meta temporal para a resolução dos problemas. Numa primeira fase, com a disponibilidade para viabilizar um orçamento retificativo em “matérias de consenso”.
O telefone de Pedro Nuno Santos ainda não tocou com uma chamada de Luís Montenegro, mas o socialista desdramatiza já que, nesta altura, a prioridade é “a formação de Governo”. Uma coisa é certa: há margem financeira com o selo socialista.
“Temos, neste momento, uma situação económica e financeira que nos permite dar um passo em frente. Queremos dar esse passo e estamos disponíveis para que seja dado, sem calculismos partidários. Por isso, se há condições, vamos resolver rapidamente”, sublinhou.
Aumentar professores, polícias, profissionais de saúde e oficiais de justiça. Por outras palavras, fazer diferente de Fernando Medina e de António Costa, utilizando o excedente orçamental “com o povo”.
“As minhas posições sobre essa matéria são antigas, anteriores à dissolução da Assembleia da República. E mantêm-se”, acrescentou.
Duas semanas depois das eleições legislativas, com a vitória da Aliança Democrática, o PS reuniu a comissão nacional, pela segunda vez no mandato de Pedro Nuno Santos. A reunião acontece dois dias depois de a direção alargada do partido também se ter juntado no Largo do Rato, para analisar os resultados eleitorais.