
António Pedro Santos/Lusa
O antigo Presidente da República alertou que uma vitória de Pedro Nuno Santos pode trazer "consequências negativas para o país". O socialista não fica surpreendido com as críticas e insiste falta de ambição não é uma característica do programa do PS.
Corpo do artigo
O secretário-geral do PS respondeu este sábado às críticas do antigo Presidente da República Cavaco Silva e recusou estar a fazer um "jogo de equilibrismo" entre o passado e o futuro, considerando que António Costa não é um rosto do passado, mas "do presente e do futuro".
“Estamos a falar de um ex-líder do PSD, estávamos à espera do quê?”, reagiu Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas, numa ação de campanha, em Bragança.
“Vamos ouvindo falar em ambição e a AD tem no seu programa económico projetado atingir um salário médio de 1750€ apenas em 2030. Tenho dito isto até à exaustão, mas parece que passa ao lado. Já temos um acordo e um ritmo de crescimento que permitirá atingir os 1750€ em 2027. Ambição temos nós”, acrescentou.
Num artigo publicado este sábado no jornal Correio da Manhã, Aníbal Cavaco Silva defendeu que "só a AD pode garantir a estabilidade política" e que "o seu líder, Luís Montenegro, está muito mais próximo do que devem ser as qualidades e o comportamento de um primeiro-ministro".
Cavaco Silva disse ainda que "o voto em partidos de protesto extremistas apenas contribui para a nomeação do líder do PS para primeiro-ministro, com todas as consequências negativas para o país e para as condições de vida dos cidadãos".
No entanto, Pedro Nuno Santos insistiu: “A AD não traz um projeto futuro.”
Questionado sobre o regresso de António Costa, que este sábado marca presença na caravana socialista, Pedro Nuno Santos falou em orgulho do trabalho do ainda primeiro-ministro. 
  
"Não é um jogo de equilibrismo. A nossa vida é assim, a vida de todos nós: é conseguirmos aprender com aquilo que não correu bem, segurar o que correu bem e avançar para fazer novo. A vida é assim, é isso que nós queremos fazer", declarou.
"Não é uma cara do passado, é uma cara do presente e do futuro", sublinhou, acrescentando que António Costa foi um "primeiro-ministro muito importante nos últimos anos", que conseguiu "mostrar que é possível governar em crise sem se cortarem pensões, salários".
Segundo fonte do PS, além da sua presença no comício do Porto, este sábado, o ex-líder socialista também deverá participar na tradicional descida do Chiado, em Lisboa, na próxima sexta-feira, último dia de campanha.