Pedro Nuno Santos aponta a Montenegro: “Um político não pode fugir ou evitar o escrutínio”
O PS recebe, no Largo do Rato, a antiga candidata presidencial Ana Gomes e com a antiga ministra Maria Manuel Leitão Marques
Corpo do artigo
Pedro Nuno Santos demarca-se de Luís Montenegro e lembra que o primeiro-ministro recusou responder a perguntas ao longo da legislatura – não só da empresa familiar. O secretário-geral do PS acusa o Governo de ter manipulado dados e alerta para possíveis retrocessos a 18 de maio.
Para encerrar os mini estados-gerais do PS, os socialistas discutem “Democracia, Transparência e Direitos Fundamentais”, que serviu para Pedro Nuno Santos lembrar a governação de Luís Montenegro, a falta de respostas do primeiro-ministro, e concluir: um é mais transparente do que o outro.
“Um político não pode fugir nem evitar o escrutínio, eu próprio já fui escrutinado”, lembra, recordando as polémicas em que esteve envolvido, altura em que “respondia a todas as perguntas”.
O contraponto com o primeiro-ministro que, “ainda antes de rebentar a crise política, já tínhamos o primeiro-ministro, sistematicamente, a fugir do escrutínio da comunicação social”.
Mas não só. Pedro Nuno Santos nota que, “logo no início, em abril do ano passado, o primeiro-ministro e o governo tentaram apropriar-se de uma redução do IRS que tinha sido feita pelo governo anterior”.
Depois entrou a crise política, altura em que, reforça Pedro Nuno Santos, o primeiro-ministro recusou responder às perguntas sobre a empresa familiar e “arrastou o país para eleições”: “Nós não teremos uma democracia saudável se os políticos acharem que podem fugir ao escrutínio.”
“Esta forma de um Governo e de um primeiro-ministro atuar perante a sua vida profissional, a sua vida pessoal e a sua vida política, tem consequências na governação e obviamente na confiança dos cidadãos na vida política e na democracia”, acrescentou.
Até porque Pedro Nuno Santos nota que “a liderança e o projeto político são duas faces da mesma moeda” e, também a pensar em 18 de maio, o secretário-geral socialista alerta para possíveis retrocessos.
“Muitos achavam que as vitórias, as conquistas, os direitos conquistados eram permanentes. Já temos vários momentos na história, para servir de exemplo, para que saibamos que não são. A verdade é que hoje vivemos momentos críticos e de tensão e de tentativa de retrocesso”, acrescenta.
E esse é também um confronto entre esquerda e direita, na visão de Pedro Nuno Santos. Uma discussão que se faz, na sede do PS, no Largo do Rato, com a antiga candidata presidencial Ana Gomes, mas também com a antiga ministra Maria Manuel Leitão Marques.