Pedro Nuno Santos aponta falta de “humanismo” a Governo que “não resolve, mas cria problemas”
O socialista critica a proposta do PSD para limitar o acesso de estrangeiros ao Serviço Nacional de Saúde
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Pedro Nuno Santos fala num Governo que não resolve, mas “cria problemas”. Seja na saúde ou na habitação, o secretário-geral socialista deixa críticas à governação de Luís Montenegro. Responde ainda aos “conluios” com o Chega e pede um debate “olhos nos olhos” com André Ventura.
O secretário-geral socialista entrou no congresso da Juventude Socialista (JS) ao lado de Sofia Pereira, a nova líder da estrutura, que venceu uma eleição disputada, o que não acontecia há 18 anos. Para Pedro Nuno Santos, “é bom” existir mais do que uma candidatura e a eleição “valorizou” a JS.
Depois das palavras iniciais, o foco centrou-se no Governo. Aí, Pedro Nuno Santos lembrou a proposta do PSD para limitar o acesso de estrangeiros ao Serviço Nacional de Saúde, embora ainda não existam dado concretos.
“Se aparece uma mulher grávida, em trabalho de parto, à porta de uma maternidade para ter um bebé, o que é que vocês acham que um país decente e humano deve dizer àquela senhora?”, questionou.
O socialista distingue o combate às redes que se aproveitam da saúde em Portugal “da falta de humanismo” e volta a lançar uma pergunta para a plateia: “Em que país é que nós queremos viver? Uma coisa é nós combatermos as redes, uma coisa é nós desmantelarmos essas redes ou enviarmos a cobrança, outra coisa é nós não sermos sequer humanos.”
Um Governo “pouco humanista”, na opinião de Pedro Nuno Santos, que no congresso da jota não esqueceu uma das maiores dificuldades dos jovens: o acesso à habitação. Luís Montenegro avançou com a isenção de IMT e de impostos de selo para os menores de 35 anos, mas Pedro Nuno puxa pelos números.
“Cerca de 82% das novas escrituras que beneficiaram de isenção de IMT são dirigidas aos jovens que ganham mais de 2 mil euros por mês. Ora, dois em cada três jovens em Portugal ganham cerca, igual ou menos, do que mil euros por mês”, disse.
Deixa, por outro lado, o compromisso com os jovens para um “programa agressivo de construção, reabilitação e construção de casas em Portugal”. A habitação foi um dos temas centrais da campanha para a liderança da JS e a nova secretária-geral, Sofia Pereira, sublinhou também o objetivo para que o país avance com “um programa histórico”.
Aos novos órgãos da JS, Pedro Nuno Santos pediu um combate olhos-nos-olhos às ideias do Chega, já que “custa muito vermos jovens a esconderem-se, a não poderem afirmar-se na sua plenitude sobre aquilo que são e o que desejam ser”. O socialista acrescenta que, em 2024, “ninguém tem que se esconder”.
E quanto a “conluios” com o Chega, como afirma o PSD, sobre a relação entre os dois maiores partidos da oposição, Pedro Nuno Santos nota que o PS “é o partido mais longe e mais distante” de André Ventura.