Pedro Nuno Santos compara Montenegro com Santana Lopes e assume-se como "mudança segura"
Quanto à resposta às tarifas, o líder socialista acusa o Executivo de ter acordado tarde e de não ter visão
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Pedro Nuno Santos repetiu o almoço de há um ano. Presente no evento, João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, admite que não desejava eleições: "Se daqui a um ano houver novamente uma situação como esta, já não há almoço, já não há ninguém que queira ouvir estas reuniões."
O secretário-geral do Partido Socialista concordou e comparou Luís Montenegro com Pedro Santana Lopes. "Faz-me lembrar um Governo de um antigo primeiro-ministro do PSD, que sucedeu a Durão Barroso. Eu diria que este é um Governo igual com mais cinco meses. É um Governo que nos envolveu a todos em trapalhadas, para as quais nós não tínhamos nem queríamos ser chamados", assinalou.
E o Governo de Santana Lopes acabou, depois, derrotado pelo PS, que até conquistou a maioria absoluta com José Sócrates. Ganhar a 18 de maio é também o objetivo de Pedro Nuno.
Nós não desejámos estas eleições, mas, aqui chegados, queria que vocês soubessem que nós vamos ganhá-las e vamos ganhá-las porque o Partido Socialista, com as falhas que teve ao longo da sua vida, é um partido com conhecimento, com experiência, sabe o que funciona no Estado, sabe o que não funciona, nós somos uma mudança segura.
O líder socialista pediu um voto de confiança e, mais uma vez, descartou a responsabilidade pela crise política. "Quando temos dois filhos chateados, nós simplificamos a coisa: a responsabilidade é dos dois. Mas aqui cada um tem de assumir as suas", disse. Estas palavras são dirigidas a Luís Montenegro, a quem Pedro Nuno Santos apontou ainda vários erros políticos ao longo do último ano. Um deles foi também sublinhado por João Vieira Lopes: o fim da Secretaria de Estado dedicada ao Comércio e Serviços.
Quanto à resposta do Governo às tarifas, Pedro Nuno Santos acusou o primeiro-ministro em gestão de ter acordado tarde. "Não podemos acordar quando há umas eleições ou quando há uma crise. Um Governo tem de ir atuando como qualquer empresário, tem de estar sempre a trabalhar. Nós temos uma batalha para vencer em matéria de internacionalização, muito longe de estar vencida, e mudar o paradigma da ideia de exportação. Internacionalização não é só apoiar a exportação, é apoiar a fixação das nossas empresas lá fora, noutros mercados."
Pedro Nuno Santos, em tom de primeiro-ministro, marca, desta forma, diferenças para Montenegro.