Pedro Nuno Santos escreve a Montenegro e pede acordo para aumentos de professores e forças de segurança até julho

Pedro Nuno Santos
Patrícia de Melo Moreira/AFP
O socialista pede a resolução de um acordo em 60 dias. Leia a carta na íntegra.
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Sem receber resposta ao repto lançado para um orçamento retificativo, de forma a resolver "matérias de consenso", Pedro Nuno Santos tomou a iniciativa e enviou uma carta ao primeiro-ministro, Luís Montenegro. Na missiva, a que a TSF teve acesso, o socialista pede a resolução de um acordo em 60 dias.
Na carta enviada para São Bento, Pedro Nuno Santos foca-se nas "matérias de consenso": a valorização dos profissionais de saúde ("de todos, não apenas dos médicos"), das forças de segurança, dos oficiais de justiça e dos professores.
Sobre os docentes, o PS está disponível para "para apoiar a recuperação da totalidade do tempo de serviço dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário", bem como uma revisão da carreira docente.
Mas para um acordo, avisa Pedro Nuno Santos, "é necessária uma negociação prévia com as organizações representativas dos trabalhadores".
Antes da discussão do programa de Governo, Pedro Nuno Santos volta a puxar para si a iniciativa política, reitera o interesse do Partido Socialista em trabalhar em conjunto com o Governo para a valorização das carreiras, "se necessário com um orçamento retificativo".
Leia a carta na íntegra:
"Dirijo-me a si na sequência da disponibilidade por mim já publicamente manifestada, reiterando o interesse do Partido Socialista em trabalhar em conjunto com o Governo com o objetivo de construir um acordo que permita encontrar soluções, se necessário em sede de orçamento retificativo, para um conjunto de matérias sobre as quais existe um amplo consenso politico e partidário, manifestado durante a campanha eleitoral para as últimas eleições legislativas.
Está em causa a valorização das carreiras e dos salários dos trabalhadores da Administração Pública, em especial dos profissionais de saúde (de todos, não apenas dos médicos), das forças de segurança, dos oficiais de justiça e dos professores. Em relação a estes últimos estamos disponíveis para apoiar a recuperação da totalidade do tempo de serviço dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário, bem como uma revisão da carreira docente que permita reduzir o hiato entre os índices remuneratórios do início e do fim da carreira, de forma a torná-la mais atrativa.
A disponibilidade do Partido Socialista para este acordo pressupõe uma negociação prévia com as organizações representativas dos trabalhadores.
Estou certo de que será possível trabalhar no sentido de construir esse acordo num prazo de sessenta dias, por forma a resolver a situação destes profissionais da Administração Pública ainda antes do fim do período de funcionamento da Assembleia da República, em julho deste ano."