Pedro Nuno Santos: "Há quem na esquerda se tenha viciado tanto nos elogios da direita que já não conseguem viver sem eles"
"A direita, nos partidos e na comunicação social, elogia-nos quando somos 'sóbrios' e 'moderados' nas críticas. Noutras palavras, quando somos 'bem comportados' com eles", considera o antigo líder socialista
Corpo do artigo
O antigo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, criticou este sábado "quem na esquerda se tenha viciado tanto nos elogios da direita", ou seja, quando são "bem comportados" com os partidos da direita.
"A direita, nos partidos e na comunicação social, elogia-nos quando somos 'sóbrios' e 'moderados' nas críticas. Noutras palavras, quando somos 'bem comportados' com eles. Há, infelizmente, quem na esquerda se tenha viciado tanto nos elogios da direita que já não conseguem viver sem eles", começa por escrever Pedro Nuno Santos no Facebook.
O antigo secretário-geral socialista referia-se ao pedido de responsabilidades que fez a Carlos Moedas, na sequência do acidente com o Elevador da Glória, argumentos que reitera: "Carlos Moedas podia, em 2021, perante um 'erro técnico' dos serviços da CML, pedir a demissão de Fernando Medina, sem que ninguém à direita se tivesse insurgido contra tal 'aproveitamento'. Mas nós, já não podemos exigir, em 2025, que Carlos Moedas seja coerente com o que defendeu em relação ao seu antecessor. Haja paciência."
Pedro Nuno Santos explica ainda que, mesmo tendo perdido as últimas legislativas e saído da liderança do PS, continuará a defender as suas ideias.
"As derrotas eleitorais devem servir para ouvirmos, refletirmos e aprendermos. Não para nos calarmos ou desistirmos de defender aquilo em que acreditamos. Os nossos adversários políticos e seus apoiantes gostariam que nos calássemos, mas nós não lhes podemos fazer esse favor", conclui.
O ex-líder socialista defendeu na sexta-feira que o presidente da Câmara de Lisboa deve assumir responsabilidades políticas pelo acidente no Elevador da Glória, considerando que Carlos Moedas “é prisioneiro” das suas declarações sobre Fernando Medina.
“Tenho visto algumas pessoas tentarem evitar o inevitável: a assunção de responsabilidades políticas pelo atual Presidente da CML. Moedas é prisioneiro das suas próprias declarações em 2021, quando exigiu a demissão de Fernando Medina”, escreveu, nas redes sociais, o deputado e ex-secretário-geral do PS.