
O socialista admite que, “enquanto primeiro-ministro e como cidadão”, fica preocupado com “a detenção de pessoas durante 21 dias”.
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O cenário é a Linha do Oeste, que está em obra desde 2020, mas o alvo de Pedro Nuno Santos é a direita. Depois de um debate tenso com André Ventura, o secretário-geral socialista já admite uma reforma na justiça, no tempo certo, mas atira à “bagunça” que existe à direita.
A Linha do Oeste está em obra há quase quatro anos, o que já mereceu críticas dos populares, mas Pedro Nuno Santos centra-se no “trabalho feito” e no cenário que a governação socialista deixa: “O país está em obra”.
“Hoje podemos falar em atrasos, nos governos da direita não podíamos sabem porquê? Porque não havia obra. A grande diferença entre nós e eles é que nós fazemos. Não arrastamos os pés e não deixamos para depois”, acrescentou.
A diferença entre “nós e eles”, que é como quem diz, entre a esquerda e a direita. De um lado há estabilidade, trabalho feito e diálogo. Do outro, é “a bagunça”.
“Connosco há estabilidade e progresso, mas com a direita há bagunça. Temos uma direita que não se entende, um PSD que diz rejeitar o Chega e um Chega que diz que ter garantia total de acordo com ou sem Luís Montenegro”, apontou.
Poucas horas depois do debate com André Ventura, a tensão entre os dois ainda está saliente, e o socialista aproveitou para clarificar as suas posições. Desde logo, ao processo judicial que colidiu com o Governo da Madeira.
Pedro Nuno Santos admite que, “enquanto primeiro-ministro e como cidadão”, fica preocupado com “a detenção de pessoas durante 21 dias” enquanto aguardam uma decisão judicial. No caso dos protagonistas madeirenses, foram libertados com a medida menos gravosa.
Ainda assim, o socialista mantém a recusa em falar de casos concretos, para “manter a disciplina”, embora já admita uma reforma na justiça, no tempo certo, depois de no debate ter dito que a “justiça está a funcionar e funciona bem”.
“Quero ser coerente com dois princípios: a presunção de inocência e independência do poder judicial. Não é bom, alguém que se propõe a ser primeiro-ministro, estar a fazer comentários sobre casos concretos. Teremos que pensar a justiça em todas as áreas, não só nessa, e fazer a reforma quando se justificar”, disse.
O debate com André Ventura aqueceu, principalmente, quando a justiça foi o tema de discussão, com o líder do Chega a acusar Pedro Nuno Santos de ser “frouxo” no combate à corrupção.