Pedro Nuno Santos rejeita arrependimentos por ter chumbado confiança ao Governo, mas admite erros na imigração
O socialista “continuará a dizer o que pensa” porque “é a melhor forma de ajudar o partido e o país”
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Discursou, pela última vez, enquanto secretário-geral do PS e deixou o Hotel Altis já como antigo líder socialista. Pedro Nuno Santos despediu-se dos militantes do partido, rejeitando que, como outros já defenderam, que o PS deveria ter aprovado a moção de confiança a Luís Montenegro. Admite que muitos portugueses “estão zangados” porque “não tiveram transformação na sua vida” ao longo dos últimos anos.
Pedro Nuno Santos abordou ainda o tema da imigração, que capta grande parte do eleitorado para o Chega, admitindo que o PS “não fez tudo bem”. É fácil “haver bodes expiatórios”, mas o socialista admitiu, perante a comissão cacional, que a “entrada como aconteceu cria tensões”.
“Não fizemos investimento no Estado Social, a única forma de diminuir a tensão”, acrescentou.
Aos jornalistas, carregou na mesma tecla e rejeitou qualquer arrependimento quanto ao chumbo da moção de confiança que levou à queda do Governo: “Não só não estou nada arrependido, como tenho muito orgulho de, num momento crucial, ter sido sério e ter defendido a decência na política.”
Não fui calculista quando avancei para a liderança do partido e não fui calculista quando decidi que nós não podíamos dar confiança a Luís Montenegro. Mantenho aquilo que sempre defendi, porque acho que é a posição correta e a atitude correta que um político decente deve ter perante o seu povo, o seu país e a democracia
Quanto ao futuro político, embora tenha dito que “a vida política partidária termina”, Pedro Nuno Santos ainda não decidiu se vai assumir o mandato de deputado na próxima legislatura, mas garante que “continuará a dizer o que pensa” porque “é a melhor forma de ajudar o partido e o país”.