Pedro Nuno Santos/Montenegro: "Quem esperava debate esclarecedor terá ficado desiludido"
"Este não foi um debate clarificador do ponto de vista das propostas ou soluções", considera Mariana Mortágua.
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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, considerou esta terça-feira que o debate televisivo entre o secretário-geral do PS e o presidente do PSD desiludiu os portugueses e defendeu uma maioria de esquerda como solução para o país.
"As pessoas que estavam à espera de um debate esclarecedor e claro sobre propostas e soluções terão ficado desiludidas. Não há nenhuma solução para o país que não seja uma maioria à esquerda e o BE é determinante para se conseguir essa maioria que sirva para virar a página das políticas da maioria absoluta", disse a líder dos bloquistas.
Questionada sobre a afirmação de Pedro Nuno Santos sobre a viabilização de um eventual governo da AD, Mariana Mortágua referiu que "esta tomada de posição veio adensar ainda mais a ideia de que a única solução para o país passa por uma maioria à esquerda".
O secretário-geral do PS anunciou, no debate de segunda-feira com Luís Montenegro, que, se perder as eleições, não apresentará nem viabilizará moções de rejeição do programa de um Governo liderado pelo PSD, sem se comprometer da mesma forma com um eventual primeiro Orçamento.
"Este não foi um debate clarificador do ponto de vista das propostas ou soluções. Outras das situações é que nenhum partido terá uma maioria que permita governar", vincou Mortágua, que falava aos jornalista em Miranda do Douro, no distrito de Bragança, após um reunião com associações, autarquia e movimentos cívicos.
Em reação à manifestação dos agentes da autoridade na noite de segunda-feira, em frente ao Capitólio, onde decorria o debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, Mariana Mortágua reiterou que os polícias têm razão nas suas reivindicações salariais e sobre o subsídio de risco.
"É preciso dar resposta a estas reivindicações e o Governo criou um problema ao ter atribuído de forma desigual o subsídio de risco. Os protestos das forças de segurança são legítimos. É importante que não percam razão desse protesto e das suas reivindicações em ações que podem ser lidas como formas de condicionamento ao funcionamento da democracia, quer dos atos eleitorais, quer dos debates", defendeu a coordenadora do BE.
A líder do BE disse ainda que havia uma manifestação marcada e é legítima, acrescentado que quando é transferida para o local onde decorre um debate eleitoral entre dois candidatos "há uma alteração da natureza dessa manifestação que pode ser lida como uma tentativa de condicionamento do debate democrático".
