Pedro Nuno vê “espírito de Passos Coelho” na AD e cola Montenegro aos tempos da troika

Num dia marcado por recuos ao tempo da última governação PSD/CDS-PP, Pedro Nuno Santos aproveitou para lembrar os cortes nos salários, nas pensões e no 13.º e 14.º mês.
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Pedro Nuno Santos rumou aos Açores, numa campanha por “Portugal Inteiro”, mas o outro Pedro (Passos Coelho) prendeu as atenções no Algarve. O secretário-geral socialista recorda os tempos “difíceis” da troika, os cortes dessa governação, e cola Luís Montenegro à falta de “credibilidade” de Passos Coelho.
O PSD venceu as eleições regionais nos Açores, depois de ter alinhado numa “geringonça” com o Chega, mas a aparição de Passos Coelho trocou os argumentos ao discurso de Pedro Nuno Santos para os açorianos. Em vez do “fantasma” do Chega, o “espírito” de Passos Coelho.
“Não é o espírito da AD de 1979 que vai pairar na campanha. É mesmo o espírito de Pedro Passos Coelho que vai estar sempre presente em toda a campanha”, disse, numa referência à coligação que juntou Francisco Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Gonçalo Ribeiro Telles.
Num dia marcado por recuos ao tempo da última governação PSD/CDS-PP, Pedro Nuno Santos aproveitou para lembrar os cortes nos salários, nas pensões e no 13.º e 14.º mês.
“Não cortou só o 13.º mês, cortou o 13.º mês e cortou o 14.º mês. Conhecia o memorando quando prometeu que não iria ser necessário cortar mais salários nem despedir gente. Mas foi exatamente isso que ele fez. Disse que era falso que quisesse subir o IVA para a restauração, mas também subiu Gabaram-se de terem influenciado o memorando, gabaram-se de terem ido além da troika”, contestou.
E nove anos depois, já sem Passos Coelho no poder (e sem Luís Montenegro a liderar a bancada social-democrata), a nova Aliança Democrática arrisca-se a tirar os socialistas da governação. Mas Pedro Nuno Santos avisa para o que aí vem com Montenegro: “Vira o disco e toca o mesmo”.
“Agora é a vez de Luís Montenegro vir fazer como Pedro Passos Coelho e prometer não cortar de maneira nenhuma um cêntimo que seja na pensão e na reforma de quem quer que seja. O problema de Luís Montenegro é o mesmo de Pedro Passos Coelho: não tem credibilidade”, acusou.
Falta “credibilidade” a Montenegro, que garante que o PSD não cortará qualquer rendimento aos pensionistas, com Pedro Nuno Santos a tentar capar o eleitorado tradicional socialista, que algumas sondagens veem a cair para a direita.
Pedro Nuno aponta falta de comparência nos Açores
A comitiva socialista dedica o segundo e o terceiro dia de campanha oficial ao Portugal Insular, nos Açores e na Madeira, regiões por onde Luís Montenegro não passará nos próximos 15 dias. “Desrespeito”, “desprezo” e “arrogância” foram as palavras utilizadas pelo socialista.
“Como é que alguém pode querer ser primeiro-ministro de Portugal, de Portugal Inteiro, achando que pode fazer uma campanha inteira passando por todos os distritos, mas ignorar a região autónoma dos Açores?”, questionou.
Pedro Nuno Santos voa dos Açores para a Madeira e só regressa à estrada continental na quarta-feira, depois de completar a volta ao Portugal Insular.