Pedro Nuno vê "magia" da IL a encaminhar país para "austeridade". Rui Rocha rejeita "mais do mesmo"
O debate entre os dois líderes partidários ficou marcado por vincadas diferenças no plano económico. Pedro Nuno aponta "radicalismo" à IL, Rui Rocha diz que “aventureiro é quem insiste em medidas iguais”.
Corpo do artigo
Em meia hora de debate, ficam evidentes as diferenças no plano económico entre Pedro Nuno Santos e Rui Rocha, que nem se entenderam quanto ao custo do programa eleitoral dos liberais. O líder do PS acusa Rui Rocha de ter um programa que levará á austeridade, o presidente liberal diz que Pedro Nuno Santos foi “incompetente” e aposta em “ideias esgotadas”.
Ao ataque, Pedro Nuno Santos definiu o programa da Iniciativa Liberal (IL) como “aventureiro, radical e irrealista” para a economia do país. Para aquele que foi o primeiro debate a caminho das eleições legislativas, o líder do PS fez as contas às propostas do programa liberal (“são nove mil milhões de euros por ano”).
“Quer-se apresentar como responsável, que sabe fazer contas e percebe de economia, mas nem sabe quanto custa o próprio programa eleitoral”, atirou Pedro Nuno Santos a Rui Rocha.
Rui Rocha refutou o conteúdo e os números apresentados pelo adversário político, afirmando que “aventureiro é quem insiste em medidas iguais”. De acordo com as contas do presidente da IL, o programa do seu partido tem um custo “entre quatro a cinco mil milhões” de euros.
Para Rui Rocha, Pedro Nuno Santos “é mais do mesmo” e o “verdadeiro radicalismo” é apostar “em ideias que não funcionam”. “Radical é ter idosos à porta de centros de saúde”, acrescentou.
Ora, Pedro Nuno Santos foi insistindo nos nove mil milhões de euros de despesa com o programa liberal, até porque “só no IRS são 3,5 mil milhões de euros”, o que é “uma brutalidade”.
O socialista acusou Rui Rocha de querer “cortar no Estado social”, embora o presidente da IL tenha rejeitado consecutivamente a ideia. “Os senhores ainda não fazem magia e no final de um programa destes, o que espera a Portugal é a austeridade”, atirou Pedro Nuno Santos.
O secretário-geral do PS garantiu também que não tem qualquer “dogma” sobre as Parcerias Publico Privadas (PPP's) na saúde (“se se entender que é uma melhor solução, não terei nenhum problema"), mas Rui Rocha terminou ao ataque.
“Pedro Nuno Santos foi incompetente e falhou” enquanto ministro da Habitação e das Infraestruturas, acusou Rui Rocha.
PS respeita “autonomia regional”. Rui Rocha não vê “derrota pessoal” nos Açores
Já sobre os Açores, Pedro Nuno Santos garante que vai respeitar a autonomia regional, embora defenda que o PS não deve viabilizar governos minoritários do PSD nos governos centrais “a bem da democracia”.
“A minha posição é clara: respeito profundo pela autonomia regional e pela autonomia do PS Açores. Aguardei da decisão dos socialistas açorianos cuja decisão terá todo o meu apoio”, acrescentou.
A IL manteve apenas um deputado nos Açores, depois de ter contribuído para a queda do Governo de José Manuel Bolieiro. Rui Rocha afasta que esta tenha sido uma derrota pessoal.
“Não há nenhuma derrota pessoal. Continuam com um deputado nos Açores, continuamos a crescer e temos mais influência”, defendeu.