Plataforma da PSP e GNR desafia partidos a responder a reivindicações nos programas eleitorais
Com o ministro da Administração Interna a avisar que o Governo está em gestão, os agentes de segurança procuram agora respostas junto das forças políticas antes das eleições de março.
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A plataforma que representa os agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) e os militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) enviou um ofício aos partidos políticos a convocá-los para uma reunião no dia 26 de janeiro com o objetivo de que estes inscrevam nos programas eleitorais respostas às reivindicações das forças de segurança.
Os representantes dos agentes e militares estiveram reunidos com o ministro da Administração Interna, mas José Luís Carneiro avisou que este é um tempo de gestão e, por isso, procuram agora o contacto com as forças políticas.
“A plataforma em si mesma não teve reunião alguma com os partidos políticos” até agora, esclareceu o porta-voz da plataforma, Bruno Pereira, e o objetivo será discutir questões “extremamente importantes para a valorização da condição policial”.
“Esperamos que todos os partidos políticos democráticos, que o são, venham discutir esta temática para que todos, na mesma frequência e no mesmo plano, possam assumir a sua posição", desejou.
Em protesto há vários dias, os agentes de segurança prometem continuar até terem respostas, desde logo, ao aumento do suplemento de missão, um tema "de tal forma importante para os polícias que não só o diretor nacional [da PSP], como o senhor comandante-geral da GNR, e inclusivamente - a quem saúdo - o senhor diretor nacional da Polícia Judiciária consideraram que isto é uma luta legítima, justa e que todos os polícias têm de ser tratados com a devida dignidade e de forma paritária”.
Bruno Pereira aponta responsabilidade total ao Governo, embora reconheça que o ministro da Administração Interna tem, por esta altura, "intervenção limitada” na sua tutela. "Por isso é que nós defendemos que o Governo, relativamente a matérias comuns, não pode funcionar a várias velocidades”, sustenta.
A contestação dos elementos da PSP e da GNR começou com a aprovação pelo Governo, a 29 de novembro, do pagamento de um suplemento de missão nas carreiras da PJ. Nalguns casos, representa mais 700 euros de rendimento mensal.