Em resposta a Passos Coelho, o primeiro-ministro disse que a meta de um défice abaixo de 3% está "praticamente assegurada. E revelou que a Comissão Europeia impôs uma desvalorização de "cerca de 75 por cento" dos ativos do Banif que ficaram no "banco mau". No final do debate quinzenal, Costa e Passos estiveram reunidos.
Corpo do artigo
António Costa espera que, "tendo sido um impacto tão negativo do ponto de vista contabilístico" existam condições para uma "maior valorização no futuro."
O caso Banif e as consequências marcaram o debate onde o líder do PSD insinuou que o governo poderia estar a utilizar este dossiê para "ganhar margem de manobra" nas negociações com Bruxelas. António Costa considerou perversa" a visão do PSD de que o atual executivo não está comprometido com o cumprimento das metas do défice.
Pelo debate, António Costa voltou a acusar o anterior governo de ter gerido de forma "péssima" o caso Banif e disse esperar que a futura comissão de inquérito possa apurar "tudo o que se passou", nomeadamente que algumas das propostas alternativas à venda ao Santander "eram impraticáveis".
O CDS insistiu na crítica ao fim dos exames no primeiro ciclo de escolaridade, acusando o PM de "faltar à palavra dada", Costa respondeu que foi feita uma "avaliação do modelo de avaliação" e que os exames não devem ser "uma tortura" para os alunos.
À esquerda, o BE apelou a uma rápida reposição das 35 horas de trabalho semanal (diplomas aprovados hoje na generalidade), o chefe do governo disse esperar uma entrada em vigor "o mais rapidamente possível e sem custos".
Já o PCP considerou" insuficiente" o descongelamento das pensões e António Costa, embora tenha manifestado vontade de ir mais longe "no ritmo e na amplitude", disse "não ser possível, neste momento".
Ao longo da discussão o PM e a esquerda parlamentar estiveram em sintonia na crítica à direita que Costa considerou estar "raivosa" pelo facto de a nova maioria "estar a cumprir o que prometeu".
Terminado o debate, o primeiro-ministro dirigiu-se ao gabinete de Pedro Passos Coelho para cerca de meia hora de reunião com o líder do PSD, sem declarações à saída.