Polícias agradecem palavras de Marcelo, mas querem resolução antes das eleições
À TSF, Paulo Santos garante que "o Governo em gestão tem todas as condições para avançar na resposta a esta matéria"
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A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia agradece as palavras do Presidente da República, mas lamenta que Marcelo Rebelo de Sousa, na nota publicada no site da Presidência, remeta a solução apenas para o próximo governo.
"O Governo em gestão tem todas as condições para avançar na resposta a esta matéria. Ainda assim, o senhor Presidente da República coloca a questão já no governo que vier a resultar das eleições do dia 10 de março. Eu penso que havia condições para resolver esta matéria. Aliás, têm sido assinados muitos contratos, muitos protocolos, muitos diplomas, com impacto orçamental bastante mais avultado, mas esta Mensagem do senhor Presidente da República vem reforçar aquilo que os sindicatos estão a dizer há muito tempo", diz à TSF Paulo Santos.
O sindicalista refere que não acredita que a posição deixada por Marcelo Rebelo de Sousa seja fruto de pressão política: "Eu não quero acreditar que seja só única e exclusivamente pela pressão que está a ser exercida pelas movimentações que os polícias têm tido nos últimos dias. Aliás, o senhor Presidente da República tem alertado, nos últimos dois anos, para a necessidade de acautelar aquilo que também a realidade da PSP e da GNR, relativamente à política dos suplementos, mas também relativamente à política salarial."
"Por isso, vêm no seguimento daquilo que é a perspetiva do senhor Presidente relativamente àquilo que são as condições estruturais de salários e suplementos na PSP e na GNR. Parece-me que é evidente, mas obviamente que aquilo que está a acontecer todos os dias pelo país, com a concentração de polícias por várias cidades do país e, aliás, aquilo que tem sido veiculada pela comunicação social, parece-me que também demonstra a necessidade das instituições, todas elas, dizerem alguma coisa sobre essa matéria", complementa Paulo Santos.
Com o olhar posto nas eleições antecipadas, o dirigente sindical crê que os problemas das forças de segurança estarão nas propriedades de quem forme governo, independente do partido que as vença.
"Qualquer partido que se venha apresentar às eleições do dia 10 de março sabe que tem este problema para resolver o mais rápido possível, porque parece-me que é um problema que decorre de uma visão política, do Governo atual, desigual, desequilibrada, sem qualquer fundamento e parece-me que é imperioso que o próximo Governo, pelo menos, venha a perceber a necessidade de, olhando para a especificidade da PSP e da GNR, do ponto de vista salarial também dos suplementos, coloque isso na sua agenda, mas coloque especificamente este problema do suplemento de condição policial como necessário de resolução urgente", considera.