Por trabalho, ou para evitar filas. Mais de 3500 açorianos estão a votar antecipadamente
A uma semana das eleições nos Açores, este domingo é dia de voto antecipado em mobilidade. Mais de 3500 açorianos, espalhados por todo o país, escolhem quem querem à frente da Região Autónoma.
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Começam a chegar, pelo fresco da manhã, à Câmara Municipal de Ponta Delgada, um dos 39 pontos de voto espalhados, este domingo, pelo país, das ilhas ao continente.
Ao todo, são 3528 os eleitores que se inscreveram para votar mais cedo. Diogo, de 24 anos – que nasceu em Lisboa, mas vive nos Açores – é um deles.
“Neste momento, estou a trabalhar aqui na Universidade [dos Açores], no Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores, e, como vou trabalhar para as Flores e para o Corvo, tenho mesmo de votar agora antecipadamente, porque estou recenseado em Ponta Delgada”, explica.
Na mesma situação está Elda, de 47 anos, natural de Ponta Delgada: “Não vou estar presente no próximo fim de semana, vou estar ausente da ilha, e é o meu direito, tinha de vir votar”.
Já Francisco, de 25 anos, nascido na ilha de São Miguel, mas que agora trabalha no continente, aponta ainda outro motivo para votar mais cedo. “Também para evitar algumas filas grandes de espera!”
Estes eleitores consideram que a existência de uma regime de votação antecipada é vantajoso.
“Para quem já tem conhecimento daquilo que quer, é sempre um benefício”, declara Diogo. Ou seja, para aqueles que estão foram do grupo de mais de 13% de eleitores ainda indecisos, de acordo com aquilo que revelam as últimas sondagens. Francisco garante que não é o caso dele. “Já tinha decidido [o voto]. Acho que é algo que temos de ir pensando sempre, ao longo do ano. Não é uma decisão de um momento para o outro.”
Mas o facto de ainda existir uma semana de campanha pela frente e de haver partidos que, até agora, não divulgaram os programas eleitorais, não deixa estes eleitores em desvantagem? “Logicamente que as propostas são muito importantes, mas a posição política é, mais ou menos, constante. Não há grande dúvida na escolha”, responde Francisco.
“Não é por uma semana que vai fazer assim muita diferença”, acrescenta Diogo.
“Não me preocupa”, admite Elda. “Temos é de votar. É importante porque só assim podemos reclamar e dizer que, se prometeram, agora têm de fazer alguma coisa.”
Ainda assim, Francisco mostra alguma apreensão quanto ao que pode sair destas eleições. “Não sei, honestamente, estou receoso do que vai acontecer.”
Já Diogo espera mais políticas viradas para a população jovem. “Que haja melhorias para os alunos nas universidades, que haja mais benefícios.”
Elda, o que pede, é estabilidade. “Estar sempre em mudanças políticas não é bom. Há determinadas políticas em que até devia haver um consenso partidário para vários anos, na Educação, na Saúde,… Acho que é muito importante que não se esteja sempre a mudar as políticas, senão não há uma continuidade.”
As urnas para o voto antecipado em mobilidade vão estar abertas, este domingo, até às 19 horas.
Há 3528 eleitores inscritos para votar. No continente, há 18 pontos de voto (um em cada sede de distrito), na Madeira são dois (um no Funchal, outro em Porto Santo) e nos Açores são 19 (um em cada câmara municipal).
Lisboa foi o local de voto mais requisitado (por 948 eleitores), seguido de Ponta Delgada, onde votam, este domingo, 560 pessoas.