Paulo Portas acusou esta quarta-feira o PS de querer dar um "pontapé" no investimento estrangeiro e insistiu que reduzir TSU é um risco para "pensões atuais."
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Em Lisboa, o líder centrista defendeu que reduzir as contribuições para a Segurança Social "radicalmente" coloca um problema nos pagamentos "no dia seguinte" e que suspender reforma do IRC é "tratar criação de riqueza com pontapé".
Paulo Portas volta assim a acusar o Partido Socialista de "experimentalismo", ao propor a redução da Taxa Social Única (TSU) e diz que com esta solução são as "atuais pensões" que estão em risco.
O presidente do CDS-PP esteve esta tarde no Instituto Superior de Gestão, em Lisboa, em mais uma ação de campanha da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP), onde falou perante uma plateia composta, na maioria, por jovens estudantes.
Para Paulo Portas, uma redução das contribuições para a segurança social, por via da redução da TSU, não vai criar problemas aos futuros pensionistas, mas, pelo contrário, a quem já vive da atual reforma.
"Esta ideia de fazer experimentalismo e engenharia com a TSU, em nome de um choque de consumo, é uma ideia que deve pôr as pessoas a pensar e, eu diria mesmo, e a chegar à conclusão de que é uma ideia com um sério risco de não ser uma boa ideia", disse.
O líder centrista esclarece: "As pessoas tendem a julgar que descontam para a sua pensão de daqui a umas décadas. No nosso sistema não é assim. É um sistema de repartição, não é um sistema de capitalização. O trabalhador que hoje faz descontos está a pagar as pensões dos reformados de hoje." E insiste: "Fazer cair as contribuições radicalmente coloca um problema no dia seguinte. E, o dia seguinte é o pagamento das pensões atuais".
Durante a intervenção na conferência dedicada ao tema "Importância da Qualificação no Desenvolvimento", Paulo Portas deixou ainda críticas à intenção do PS de não alinhar numa nova descida do IRC.
Entende Portas que o Partido Socialista está a dar um "pontapé" nas possibilidades de aumentar o investimento estrangeiro no país: "Julgam que outros países não estão também a fazer as reformas de IRC deles, para se tornarem mais competitivos? Mas, alguém trata a criação de riqueza com um pontapé ou a possibilidade de atrair investimento com um pontapé?"
"Imaginemos nós, como alguns pretendem, que suspendíamos a reforma do IRC. Nós vivemos em competição global. Outros ficarão muitos satisfeitos se nós pararmos a descida do IRC", concluiu.
No passado fim-de-semana, também o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, tinha acusado António Costa de desdizer o que entende ter sido o compromisso assumido pelo PS de António José Seguro, de descer gradualmente o IRC.
No Instituto Superior de Gestão, Paulo Portas deixou ainda elogios ao acordo alcançado para a reforma laboral no país, criticando o que define como um "sindicalismo de protesto" que se coloca à parte das negociações.