Portugal antecipa-se ao grupo de países do qual faz parte e reconhece Estado da Palestina no domingo
Além de Portugal, os outros países que vão reconhecer o Estado da Palestina são Andorra, Austrália, Bélgica, Canadá, Luxemburgo, Malta, Reino Unido e São Marino
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Dez países, entre os quais Portugal e França, vão reconhecer um Estado palestiniano na segunda-feira, numa conferência em Nova Iorque, à margem da Assembleia-Geral da ONU, anunciou esta sexta-feira o Palácio do Eliseu. O Ministério dos Negócios Estrangeiros explica que o reconhecimento português acontecerá antes.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirma que Portugal vai reconhecer o Estado da Palestina, como o Ministro, aliás, já tinha antecipado esta semana. Tal acontecerá no domingo, dia 21 de setembro, pelo que a Declaração Oficial de Reconhecimento terá lugar ainda antes da Conferência de Alto Nível da próxima semana", escreve o Ministério em comunicado.
Nessa conferência, estarão representados “dez países que decidiram proceder ao reconhecimento do Estado da Palestina”, indicou um conselheiro do Presidente francês, Emmanuel Macron, à comunicação social.
Além de França, que está por detrás da iniciativa, e de Portugal, os outros Estados “são Andorra, Austrália, Bélgica, Canadá, Luxemburgo, Malta, Reino Unido e São Marino”, acrescentou.
Fontes do Eliseu defenderam que é “urgente” salvar a solução dos dois Estados, um Estado palestiniano ao lado de Israel, em coexistência pacífica nas fronteiras internacionalmente reconhecidas desde 1967, porque é a única alternativa à “guerra permanente”.
Para formalizar este reconhecimento, Emmanuel Macron proferirá um discurso na segunda-feira, pelas 15h00 de Nova Iorque (20h00 de Lisboa), durante a conferência a que copresidirá com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.
Este último, “de acordo com as últimas informações de que dispomos, intervirá por videoconferência”, precisou uma fonte francesa.
Israel não tem parado de contestar o reconhecimento por países estrangeiros de um Estado da Palestina (148, até agora), argumentando que não haverá Estado palestiniano e que tal recompensa o Hamas, o movimento islamita palestiniano que levou a cabo, a 7 de outubro de 2023, em território israelita o ataque de proporções sem precedentes (cerca de 1200 mortos e 251 reféns) que desencadeou, horas depois, a guerra na Faixa de Gaza que já fez mais de 65 mil mortos e de 165 mil feridos, na maioria civis.
As fontes francesas justificam o facto de este reconhecimento só acontecer agora e ter demorado quase dois anos desde o início da guerra em Gaza, com o facto de a situação atual constituir um ponto de viragem que coloca muitos perigos.
