“Pouco importa, pouco importa...” Ventura quer Chega entre os três grandes e assumir imagem de “partido de Governo”
O líder do Chega rejeita avançar já os nomes dos sociais-democratas que vão estar nas listas do partido.
Corpo do artigo
“Pouco importa, pouco importa, se eles falam bem ou mal. Queremos o André Ventura a mandar em Portugal.” Foi com cânticos idênticos aos das claques de futebol que Ventura foi recebido na Convenção Nacional do Chega, esta noite, em Viana do Castelo, onde, nem a propósito, assumiu que quer o partido entre os três grandes.
André Ventura espera que este fim de semana seja um momento de “viragem” e que faça com que o Chega passe a ser visto como um “partido de Governo”.
“Espero que estes três dias sejam, para o Chega, um momento de afirmação. Sejam, para o Chega, um momento em que assume definitivamente que é candidato a governar Portugal e que, por isso, vai querer estar numa luta a três, com o PS e o PSD”, defendeu, em declarações aos jornalistas, à chegada ao Centro Cultural de Viana do Castelo, onde decorre a convenção.
“O Chega tem de deixar de ser um partido que seja a voz do protesto”, afirmou. “Tem também a responsabilidade, perante aquilo que as sondagens lhe atribuem, de ser um partido de Governo e de apresentação de soluções”, frisou.
Ventura rejeita, contudo, que isto signifique que o partido vai adotar uma postura mais moderada. Quer dizer, esclarece o líder do Chega, que tem de mostrar “que propostas tem para governar” e que “nomes tem para esses governos”.
“Pode estar a acabar o tempo em que foram apenas dois partidos a governar Portugal”, declarou. “É essa credibilidade, esse desejo, essa ambição, que eu gostava de passar (…) e dizer aos portugueses que há uma alternativa, mesmo que eles olhem hoje para o centro-direita e para a direita e possam pensar que não há.
André Ventura promete que “várias caras” mostrarão isso mesmo, nesta convenção, e sobre as revelações que fez, de que haverá sociais-democratas entre as listas do Chega para as legislativas – colocando-se até a hipótese do recém saído do PSD Maló Abreu ser um desses nomes -, para já,Ventura foge.
“Não é uma questão que me envolva só a mim. Quanto a mim, assumo sempre as minhas responsabilidades. Agora, tenho o dever de salvaguardar pessoas e informações que me foi pedido que fossem salvaguardadas”, atira, garantindo que “faltam poucos dias” para que as listas do Chega às eleições sejam conhecidas.
Nesta primeira noite de convenção, os trabalhos foram retomados com 45 minutos de atraso, após a eleição da Mesa da Convenção, que será presidida pelo deputado Jorge Galveias.
São esperados mais sinais, ao longo destes três dias de convenção, em que o partido vai tentar aprovar novos estatutos – depois de os ter visto, por duas vezes, serem chumbados pelo Tribunal Constitucional - e reeleger André Ventura, candidato único, como presidente. A VI Convenção Nacional do Chega decorre entre esta sexta-feira e domingo, em Viana do Castelo.
Notícia atualizada às 22h57