No discurso proferido na cerimónia de posse do novo governo, Cavaco Silva considerou ainda que o pais se tornará "ingovernável" sem estabilidade política.
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Na intervenção preferida na cerimónia da posse ao XX governo, Cavaco Silva recordou o discurso proferido em 2009, para considerar que " a ausência de um apoio maioritário não é, por si só , um elemento perturbador da governabilidade".
Numa intervenção onde repetiu o essencial da comunicação ao país que proferiu no dia em que indigitou Passos Coelho como primeiro-ministro, Cavaco Silva voltou a insistir na ideia que os portugueses estão conscientes que "nada está garantido" apesar dos sacrifícios feitos e, por isso, "manifestaram-se de forma clara e inequívoca no recente ato eleitoral, apoiando por esmagadora maioria a opção europeia com todas as implicações que daí decorrem".
O Presidente da República insistiu na necessidade de Portugal mostra fidelidade aos compromissos internacionais, seja na União Europeia, seja nas organizações internacionais de defesa e segurança.
"Exige-se, igualmente, que o Governo respeite os compromissos assumidos pelo Estado português no âmbito da União Bancária, e assegure uma participação ativa e construtiva na negociação da Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, de modo a melhorar as condições de competitividade dos produtos portugueses nos mercados norte-americanos", defendeu.
O chefe de Estado sublinhou que "para qualquer governo, o horizonte temporal deve ser sempre a legislatura". Cavaco apelou aos deputados que apreciem o programa de governo "tendo em conta os superiores interesses de Portugal".
"Sem estabilidade política, Portugal tornar-se-á um país ingovernável. E, como é evidente, ninguém confia num país ingovernável", referiu o chefe de Estado.
Sem nunca referir diretamente as divergência do PS e dos dois partidos mais esquerda - BE e PCP - em matérias europeias, Cavaco Silva insistiu que se exige do Governo que respeite as regras europeias de disciplina orçamental aplicáveis aos países da Zona Euro e subscritos pelo Estado português, nomeadamente o Pacto de Estabilidade e Crescimento.