
Marcelo Rebelo de Sousa
Manuel de Almeida/Lusa
Questionado sobre o conhecimento que tem das sms trocadas entre o ministro das Finanças e António Domingues, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que está tudo escrito.
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O Presidente da República escusou esta quarta-feira fazer comentários adicionais sobre a polémica que envolve o ministro das Finanças e a Caixa Geral de Depósitos, considerando que na definição das posições presidenciais pode desagradar aos partidos, mas nunca aos portugueses.
No final da visita à OGMA, em Alverca, no concelho de Vila Franca de Xira, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre as notícias hoje avançadas pelos jornais de que teria tido conhecimento dos SMS trocados entre o ministro das Finanças e o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), escusando-se a fazer qualquer comentário adicional porque, lembrou, escreveu uma nota "cuidadosamente para cobrir tudo o que queria cobrir".
"Sobre isso o que eu tinha a escrever, já escrevi". "Deixei aliás escrito para não haver dúvidas e portanto não vou voltar a isso", assegurou.
Questionado sobre as críticas que surgiram da área socialista à posição assumida na segunda-feira em relação a Mário Centeno, Marcelo respondeu: "O Presidente da República tem que definir a sua posição a pensar em Portugal e nos portugueses. E, portanto, umas vezes desagrada a um partido, outras vezes desagrada a outro partido, mas o fundamental é que não desagrade aos portugueses naquilo que é fundamental para eles e é essa a função do Presidente da República".
Em relação à CGD, para o Presidente da República, o que é importante é que o banco público "vai ter num futuro próximo operações importantes de recapitalização", que "é preciso que corram bem".
"Perdi a discussão com o primeiro-ministro"
Nesta visita à OGMA, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre a garantia feita no parlamento pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, de que o défice orçamental de 2016 não será superior a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
Começando por pedir aos jornalistas que lhe dessem conta desses valores anunciados, uma vez que disse não saber, o Presidente da República assumiu que perdeu a "discussão com o senhor primeiro-ministro".
"Porque eu entendia que ficava em 2,5% e o senhor primeiro-ministro dizia que ficava muito abaixo de 2,5%. Está visto que perdi", explicou.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "como disse o comissário europeu [Pierre] Moscovici supera todas as expectativas".
"Eu tinha dito uma coisa parecida a uma entrevista em Espanha e vejo que de facto na altura não esperava um resultado tão bom. É bom para Portugal e portanto é bom para os portugueses. É uma boa notícia", enfatizou.