"Precisamos de defesa antiaérea." Zelensky fala em acordo "potente" e diz que "nunca" esquecerá apoio português
O Presidente ucraniano está esta terça-feira em Portugal, onde assinou um acordo bilateral para dez anos. Acompanhe em direto na TSF
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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já chegou ao Palácio de Belém, onde foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa. Neste momento, os dois presidentes reúnem.
O Presidente ucraniano terminou a visita oficial a Portugal e já está no avião que o vai levar de regresso para a Ucrânia.
O Presidente da Ucrânia já terminou a reunião com Marcelo Rebelo de Sousa e já está no aeroporto de Figo Maduro para assim terminar a visita oficial a Portugal.
O acordo de cooperação e segurança assinado esta terça-feira com a Ucrânia prevê o compromisso de Portugal fornecer a Kiev apoio militar de, pelo menos, 126 milhões de euros este ano, incluindo contribuições financeiras e em espécie.
Neste acordo assinado em Lisboa, em São Bento, entre o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que tem um horizonte de dez anos, salienta-se também que "Portugal contribuirá com apoio militar adicional para a Ucrânia, incluindo aquele a acordar no quadro da União Europeia, da NATO e de outros fora internacionais relevantes".
"Desde 2022, Portugal apoiou de forma abrangente a Ucrânia, bilateralmente e através da União Europeia e da NATO, através do fornecimento de equipamento militar letal e não letal, incluindo carros de combate Leopard 2A6, sistemas de veículos aéreos não tripulados (UAV), veículos blindados de transporte de pessoal M113, veículos blindados de socorro e evacuação médica M577, e outro equipamento militar. Portugal é ainda parte da Coligação F-16, da Coligação Internacional de Capacidades Marítimas, e dos programas de aquisição conjunta de munições de grande calibre liderados pela República Checa e pela Agência Europeia de Defesa", refere-se no documento.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acaba de deixar o Palacio de São Bento e dirige-se para o Palácio de Belém, onde irá encontrar-se com Marcelo Rebelo de Sousa.
Questionado sobre se teme que a solidariedade internacional esteja a enfraquecer ao fim de dois anos de guerra, Zelensky pede que a ajuda à Ucrânia "não seja só retórica e sim mais prática". Sobre o apoio político, garante que trabalha "todos os dias" para tê-lo.
Tendo em conta que a Rússia é "muito forte numa guerra híbrida", principalmente porque "desinforma" imenso, o Presidente ucraniano frisa: "É muito importante para nós que o mundo não se canse da guerra".
"Da visita a Lisboa levará mais alento para levar o esforço dos ucranianos e o seu próprio até ao ponto de conseguirmos uma paz duradoura, que respeite os direitos humanos e que os valores da democracia", garante o primeiro-ministro português.
Luís Montenegro sublinha ainda que Portugal está ao lado da Ucrânia no processo de adesão à UE e na aproximação à NATO.
Após a conferência de imprensa, Volodymyr Zelensky e Luís Montenegro entraram noutra sala do Palácio de São Bento onde o Presidente da Ucrânia esteve à conversa com vários ucranianos que vivem em Portugal.
Questionado sobre uma jornalista ucraniana, Zelensky diz que a "segurança alimentar é um assunto muito abrangente", e considera que a "Rússia deve ser impedida de interferir no fornecimento".
"Todos os países que querem paz são unidos e precisam de resolver a segurança alimentar, a segurança energética e a segurança nuclear", acredita o Presidente ucraniano.
"Todo o trabalho feito em conjunto na ONU foi apresentado à Rússia e a Rússia não respeitou", disse Zelensky, apelando a que o mesmo feito relativamente a estes três temas.
O Presidente ucraniano começou o seu discurso agradecendo "ao sincero amigo e parceiro" que é Portugal.
Destaca ainda o "acolhimento caloroso" que os refugiados de guerra ucranianos encontraram em Portugal. "Estão muito bem integrados", assinala.
Para Zelensky, o acordo bilateral assinado esta terça-feira prova "a ligação forte [entre Portugal e Ucrânia] contra a agressão russa". Apela ainda a que mais países ajudem a Ucrânia a defender-se.
Agradecendo a presença de Portugal na cimeira da paz, Zelensky afirma: "Estamos à espera que na cimeira da Paz todos declarem a defesa dos direitos humanos."
Por sua vez, Zelensky considera que se poderá “falar sobre a integração da Ucrânia na União Europeia” a partir de junho.
"Nós nunca esqueceremos isso. Glória à Ucrânia", finaliza.
Montenegro afirma que falou com Zelensky sobre a Cimeira da Paz e a colaboração com a Ucrânia, garantindo que está "muito empenhado".
O primeiro-ministro garante que Portugal tem feito o trabalho de dialogar com os países da CPLP para "mobilizá-los" no apoio à Ucrânia, afirmando-se a ele próprio, bem como o Presidente da República, como interlocutores dessas conversas.
"Por isso mesmo, foi acertado entre mim e o Presidente da República a presença do Presidente da República e o ministro de Estado e dos Negócios dos Negócios Estrangeiros na Cimeira da Paz", explica.
No espaço para perguntas dos jornalistas, Volodymyr Zelensky garantiu que os acordos que assinou com Portugal, Espanha e Bélgica "são muito importantes". Referindo-se ao português, diz que é "um acordo estratégico que engloba o apoio humanitário e financeiro", adjetivando-o como "potente e complexo".
"O que nós precisamos é defesa antiaérea e já assinamos acordos para a entrega desse material", disse o Presidente ucraniano, recusando entrar em mais pormenores, principalmente relativos a mísseis.
O líder da Ucrânia revela que o país está a "colaborar com Portugal em parceria no desenvolvimento da indústria de defesa", porque "sem sistema de defesa antiaérea não existe proteção".
Para o futuro, o líder da Ucrânia refere que será preciso um plano de reconstrução, e não fala apenas do "desenvolvimento da Ucrânia", mas também do "desenvolvimento das indústrias dos países parceiros".
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, começou por dizer que é "uma honra" receber Zelensky em Portugal e que a visita mostra a "amizade" entre Portugal e a Ucrânia.
"Quando a Rússia lançou a sua brutal invasão, muitos pensaram que a Ucrânia não ia sobreviver mais do que umas semanas enquanto estado livre e soberano", disse Luís Montenegro para personalizar a "vontade férrea" do povo ucraniano em Zelensky.
Montenegro diz que a Europa enfrenta uma guerra e garante que Portugal vai continuar a condenar a "agressão ilegal" da Rússia e a apoiar a Ucrânia, porque defende os "valores da paz e dos direitos humanos".
"Posso mesmo anunciar que será o Presidente da República que chefiará a missão e Portugal continuará a encetar todos os esforços relativos a este encontro, que é um encontro a olhar para a paz", garante o primeiro-ministro português, referindo-se à Cimeira da Paz que se realiza em junho.
O chefe do Executivo considera que esta é uma guerra "pelo futuro da Europa", sendo um combate pela "liberdade".
"No primeiro dia do meu mandato falei consigo para reiterar o apoio de Portugal à Ucrânia (...) e fi-lo pelo tempo que for necessário", disse Montenegro, dirigindo-se ao Presidente ucraniano.
O primeiro-ministro português revela que o acordo reitera "o apoio" à Ucrânia, sendo "muito abrangente e transversal".
O acordo, realizado para dez anos, poderá ser prorrogado, garante Montenegro, dizendo que "contribui para a interoperabilidade global das forças de segurança ucranianas com a NATO".
"Também assumimos o nosso apoio às aspirações da Ucrânia no processo de adesão à União Europeia e à NATO", garante o primeiro-ministro.
Luís Montenegro garante que Portugal já entregou mais de mil toneladas de material militar à Ucrânia e tentará acelerar a entrega de mais material, realçando ainda o apoio que os militares portugueses deram, a nível de formação, para a utilização desses materiais.
"Com compromissos de apoio militar para este ano de 2024 neste acordo a ascender a 126 milhões de euros, entre contribuições em espécie e financeiras", revelou o primeiro-ministro.
"Tive a oportunidade de dizer ao Presidente Zelensky que nos últimos meses e anos tivemos mais de 60 mil pedidos de proteção temporária (...) não esquecendo os que anteriormente já tinha escolhido Portugal", disse Montenegro, referindo-se aos ucranianos que são "a segunda maior comunidade" imigrante em território português.
O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acabam de assinar um acordo de cooperação e segurança entre os dois países.
O Presidente ucraniano já está no Palácio de São Bento, acompanhado por Luís Montenegro. Agora, vão reunir-se em privado e, mais tarde, dar uma conferência de imprensa em conjunto.
O Presidente ucraniano é recebido em Figo Maduro, Lisboa, com honras militares. Ouve-se o hino ucraniano e, logo de seguida, o português.
Segundo a agência Lusa, Luís Montenegro vai estar acompanhado pelos seus ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e da Defesa Nacional, Nuno Melo, durante a reunião com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em São Bento.
Fonte diplomática adiantou que nesta reunião, na residência oficial do primeiro-ministro, que antecederá a assinatura do acordo bilateral de segurança, participará também, pela parte da delegação nacional, o embaixador de Portugal em Kiev, António Alves Machado.
O Presidente Volodymyr Zelensky já saiu do aeródromo militar de Figo Maduro e está a caminho do Palácio de São Bento. Está acompanhado de um forte dispositivo de segurança.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aterrou às 14h53 no aeródromo militar de Figo Maduro, em Lisboa. O chefe de Estado ucraniano é recebido por Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro, Nuno Melo e Paulo Rangel.
A PSP montou uma operação "de grande complexidade" para a visita do Presidente ucraniano a Lisboa. O porta-voz da direção nacional, Sérgio Soares, não revela detalhes, por motivos de segurança, mas adianta que há muitos meios envolvidos.
"É uma operação de grande complexidade e que envolve múltiplas valências da PSP, designadamente o corpo de segurança pessoal e todas as restantes subunidades da unidade especial de polícia. Temos equipas de trânsito, equipas de intervenção rápida, equipas de prevenção e reação imediata, equipas de deteção de comportamentos anómalos e equipas de policiamento estático para a segurança diária aos locais onde a entidade estiver presente, teremos também polícias a trabalhar de forma mais discreta, à civil, para deteção de movimentos e comportamentos anómalos, e também contra atiradores do nosso grupo de operações especiais", explica à TSF Sérgio Soares.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, advertiu esta terça-feira que a ausência do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, da conferência de paz prevista para junho "vai ser um aplauso para Putin".
Questionado sobre as expectativas para a Conferência de Paz que está a ser organizada pela Suíça, em junho, Volodymyr Zelensky disse que "tudo depende do quão resolutos estão os líderes mundiais" com o fim da invasão russo.
Portugal esteve ao lado da Ucrânia desde a invasão pela Rússia, em 2022, e as três mais altas figuras do Estado - Presidente, presidente do parlamento e primeiro-ministro - já estiveram em Kiev para demonstrar o apoio.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, realiza esta terça-feira à tarde uma visita a Portugal, em que será recebido pelo chefe de Estado e pelo primeiro-ministro, acedendo a um convite feito em agosto de 2023. O chefe de Estado ucraniano assinará um acordo de cooperação bilateral para dez anos.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou, esta terça-feira, um “acordo bilateral de segurança” o Reino da Bélgica, num encontro, com o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, que permitirá a entrega de 30 aviões de combate F-16 à Ucrânia até 2028.
O primeiro avião vai a chegar “já este ano”, anunciou Volodymyr Zelensky, numa curta nota. O documento assinado prevê um “acordo bilateral de segurança e apoio a longo prazo” entre a Ucrânia e a Bélgica.
Segundo uma nota divulgada na segunda-feira pela Presidência da República Portuguesa e pelo gabinete do primeiro-ministro, trata-se de uma "visita de trabalho" com o objetivo de "aprofundar as excelentes relações entre os dois estados, com enfoque particular no reforço da cooperação no domínio da segurança e defesa".
De acordo com a mesma nota divulgada pelo Palácio de Belém e por São Bento, esta visita de Zelensky "será ainda oportunidade para reiterar o compromisso de Portugal para com a soberania e integridade territorial da Ucrânia, bem como com a manutenção do apoio político, militar, financeiro e humanitário a Kiev".
