"Prefiro de longe essa hipótese." Marcelo considera que "faz todo o sentido" que Parlamento receba sessão solene do 25 de Abril
Já sobre o chumbo da proposta de relatório da comissão de inquérito ao caso das gémeas, em que o Chega acusa o Presidente de "abuso de poder", considerando a sua conduta "especialmente censurável", Marcelo é taxativo: "Não tenciono comentar mais, se não que a Assembleia decidiu. É uma decisão da Assembleia"
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defende que a decisão de realizar a sessão solene do 25 de Abril no Parlamento é a "melhor solução", até porque essa foi uma tradição que nasceu na casa da democracia e "é assim que deve ser".
Questionado pelos jornalistas à margem da visita oficial à Eslovénia, o chefe de Estado argumenta que este ano se assinala o "fim dos 50 anos do 25 de Abril", que coincidem com a "primeira eleição democrática em Portugal", tornando-a numa data mais simbólica. Confessa, por isso, que a decisão tomada esta quarta-feira é "uma boa notícia".
Sobre a possibilidade desta comemoração passar para Belém, Marcelo adianta que "prefere de longe" a sua realização na Assembleia da República e explica porquê.
Corresponde não à prática de sempre, mas é a melhor solução. A casa da democracia é a Assembleia da República, onde nasceu essa tradição, e é assim que deve ser
Apesar de ainda não conhecer o formato da cerimónia, acredita que "faz todo o sentido" que esta aconteça no Parlamento.
Já sobre o chumbo da proposta de relatório da comissão de inquérito ao caso das gémeas, em que o Chega acusa o Presidente de "abuso de poder", considerando a sua conduta "especialmente censurável", Marcelo rejeita comentar o caso.
"Não tenciono comentar mais, se não que a Assembleia decidiu. É uma decisão da Assembleia, é um termo do processo e portanto devemos aceitar a decisão e não tenho nenhuma razão para intervir", justifica. Sublinha ainda que o Parlamento é "livre e soberano" e, por isso, o Presidente "respeita" quaisquer que sejam as decisões tomadas: "Na altura disse de forma muito desenvolvida tudo aquilo que havia a dizer quanto à participação do Presidente. Não tendo havido nenhum facto novo, nem durante o período nem nas conclusões, não vejo razão para me pronunciar", insiste.
As conclusões finais da comissão de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras, adotadas na terça-feira, apontam para uma "intervenção especial", sem ilegalidade, da Casa Civil do Presidente da República.
Marcelo refere ainda que seria "precipitado pronunciar-se" já sobre a crise política no país, por ter estado fora estes três dias, não tendo "conhecimento" sobre aquilo que se passou neste hiato. Ressalva, ainda assim, que deve "haver tranquilidade no tratamento de todos os temas".
Houve ainda oportunidade para fazer uma análise da situação política internacional. Marcelo diz ser "fundamental" que a Europa possa contar com o apoio dos EUA para uma paz "duradoura" na Ucrânia e assegura que a exclusão do país liderado por Donald Trump das negociações representaria um "enfraquecimento enorme".
"Portugal tem defendido que um cessar-fogo bem-vindo não devia ser uma ilusão, mas uma oportunidade para construir uma paz digna, justa e duradoura", afirma, lamentando que do telefonema entre Trump e Vladimir Putin não tenha resultado uma conclusão mais benéfica para os ucranianos. "Embora sendo esperado ou temido, não é uma boa notícia", aponta.