Maria de Belém, em entrevista à TSF, defende que o Presidente da República deve ter um papel ativo na procura de pontes e entendimentos e na promoção da estabilidade do sistema político.
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Recusando a ideia de um Presidente que impõe a "unificação" entre diferentes forças opostas, a antiga presidente do PS propõe um chefe de estado que aposte na "união" à volta de objetivos comuns, mantendo preservadas as diferenças entre os diferentes partidos.
Nesta entrevista, Maria de Belém escusou-se a comentar a atuação do governo de António Costa, mas sempre foi dizendo que tem "visto com muita atenção e com muito interesse" os primeiros passos do governo socialista.
A candidata presidencial sublinhou que o país precisa que o executivo "governe bem e em estabilidade", e disse esperar que o governo do PS "chegue ao fim da legislatura com estabilidade, com realizações boas para os portugueses, e para a promoção do desenvolvimento do país".
Questionada sobre os efeitos da sua candidatura, mais uma à esquerda, na eleição de 24 de janeiro, Maria de Belém disse considerar que "várias candidaturas à esquerda, é bom para apelar ao voto, e para termos mais participação e menos abstenção".
Respondendo às críticas que classificam a sua candidatura como um gesto de facção dentro do PS, juntando muitos apoiantes de António José Seguro, Maria de Belém responde que tem nas suas fileiras diversos apoiantes de António Costa, e que não entende essas críticas, que só pretendem "enfraquecer uma candidatura que tem toda a legitimidade.
Quanto ao papel do Presidente da República, Maria de Belém diz-se confortável com o atual quadro de poderes definido na Constituição da República e garante que não vê qualquer problema no texto da Constituição.
Ainda sobra as funções do PR, a antiga ministra da saúde afirma que ao Presidente cabe mobilizar vontades e energias para "gerar atenção para a resolução de alguns problemas estruturais do país".