Marcelo Rebelo de Sousa mantém o silêncio sobre o Orçamento do Estado. Em Genebra, esclareceu que o OE é um dos temas para a reunião que marcou com os partidos, mas este não é único motivo.
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Marcelo Rebelo de Sousa que iniciou este domingo uma visita de três dias a Genebra, falava aos jornalistas, num pavilhão de hóquei em patins onde se encontrou com representantes da comunidade portuguesa.
Questionado sobre as audiências de quinta e sexta-feira, o chefe de Estado respondeu que chamou os partidos com assento parlamentar "para os ouvir sobre o Orçamento do Estado e a situação política portuguesa".
"Eu de três em três meses ouço os partidos e agora há uma razão muito importante para os ouvir, que é o Orçamento e, por outro lado, o fecho do ano civil - no fundo, já estamos a dois meses a fim do ano. É boa razão para os ouvir", acrescentou.
O Presidente da República reiterou, contudo, que não vai comentar o conteúdo da proposta do Governo: "Vou esperar para me pronunciar sobre o Orçamento, como vos disse, depois do dia 29 de novembro [data da votação final global no parlamento]".
O Presidente da República esteve ainda cerca de dez minutos à conversa com representantes do Movimento Emigrantes Lesados do Banco Espírito Santo (BES), durante um encontro com a comunidade portuguesa em Genebra.
"Os nossos casos já estão todos em tribunal. Qual é o apoio que nos dá o Presidente da República, de que tanto necessitamos?", perguntou Palmira da Silva Duarte.
Marcelo Rebelo de Sousa salientou que "tem havido negociações que permitiram fechar acordos" e pediu-lhes documentação sobre os seus casos.
No final da conversa, Palmira da Silva Duarte relatou o que o Presidente da República lhe disse: "Que estava atento, como diz sempre, que apoiava a nossa luta".
Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu o contributo dos portugueses residentes na Suíça para a economia portuguesa, referindo que, "no ano passado, esta foi a segunda maior comunidade do mundo a apoiar a economia portuguesa".
O Presidente da República apontou a comunidade portuguesa na Suíça como "um exemplo de integração" e declarou que "isso é um motivo de orgulho para Portugal".