"Presidente da República só tem um caminho: indigitar Luís Montenegro como primeiro-ministro"
À TSF, Ferro Rodrigues considera que agora “é preciso dar tempo” ao líder da AD para conduzir o Governo e, por outro lado, a Pedro Nuno Santos “para reconstruir a esquerda”.
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O antigo presidente da Assembleia da República (AR) Eduardo Ferro Rodrigues disse esta segunda-feira que ficou esclarecido com o "não é não" de Luís Montenegro a uma coligação com Chega e considerou que Marcelo Rebelo de Sousa só tem uma solução: nomear o líder da AD primeiro-ministro.
“Embora a subida da AD tenha sido praticamente inexistente em comparação com os resultados de 2022, não há dúvida nenhuma de que o PSD, mais a CDS e mais o PPM - Aliança Democrática - foi quem ganhou estas eleições”, disse Ferro Rodrigues, em declarações à TSF.
“O Presidente da República só tem um caminho que é indigitar Luís Montenegro como primeiro-ministro", acrescentou, considerando que agora “é preciso dar tempo” ao líder da AD para conduzir o Governo e, por outro lado, a Pedro Nuno Santos “para reconstruir a esquerda”.
Ferro Rodrigues não acredita que Portugal vá de novo a eleições este ano, mas destacou, no entanto, que há caminho um fazer para “combater a extrema-direita".
“E isso não se faz em poucos meses”, atirou.
Sobre o resultado alcançado pelo partido de André Ventura este domingo, o ex-presidente da AR lembrou que “não é apenas em Portugal que estas forças reacionárias têm tido e demonstrado muita força”.
“Infelizmente, têm sido as únicas que têm crescido em todo o mundo”, lamentou.
Mas, para Ferro Rodrigues, há um fator que contribuiu para toda a situação no país:“a grosseira intervenção do poder judicial no poder político.”
“A ação judicial pôs em causa a estabilidade política no Estado de direito democrata. E, portanto, hoje os motivos e as explicações para a subida da extrema-direita são ainda mais palpáveis do que noutros pontos do mundo”, notou.
Ainda assim, o antigo líder do PS não acredita que a maioria dos votantes no Chega o façam por ideologia, mas sim “por descontentamento”.
