"Previsões do Banco de Portugal aparecem em contramão. Não há nenhuma entidade que acompanhe o pessimismo"
Luís Montenegro garante que o Governo está "mais otimista" que a instituição liderada por Mário Centeno e remete para 31 de dezembro de 2025 o verdadeiro "tira-teimas"
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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou esta sexta-feira que as previsões do Banco de Portugal (BdP) "aparecem em contramão, visto que não há mais nenhuma entidade que acompanhe o pessimismo" da instituição liderada por Mário Centeno.
Em declarações aos jornalistas, na Fundação de Serralves, no Porto, o chefe do Governo garantiu que o Executivo está "mais otimista" que o BdP, que estima que o país vai regressar a uma situação deficitária em 2025, com um défice de 0,1% do PIB, e remete para 31 de dezembro de 2025 o verdadeiro "tira-teimas".
Questionado sobre a possibilidade de estar a desvalorizar as previsões do BdP, Luís Montenegro recusou a ideia, sublinhando tratar-se apenas de uma diferença de "opinião".
São previsões, mas em qualquer caso aparecem em contramão, visto que não há mais nenhuma entidade que acompanhe o pessimismo. (...) Os cenários não são assim tão diferentes, são quatro décimas.
O banco central revelou esta sexta-feira que o "saldo orçamental deve deteriorar-se em 2025, para -0,1% do PIB", enquanto nos anos seguintes "continuam a projetar-se défices, em resultado das medidas permanentes já adotadas - com impacto na despesa pública e na receita fiscal -, dos empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) previstos para 2026 e, a partir de 2027, do aumento de despesa para assegurar a continuidade dos projetos financiados pelo PRR".
Por outro lado, o excedente este ano poderá atingir 0,6% do PIB, segundo as previsões do BdP, acima dos 0,4% previstos no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).