Proposta "inadmissível" e "insuficiente". As razões dos sindicatos das forças de segurança que ficaram de fora do acordo com o Governo
O acordo assinado prevê também revisão do estatuto profissional, alterações na tabela remuneratória em 2025 e na portaria da avaliação, revisão das tabelas dos remunerados e via verde na saúde
Corpo do artigo
Oito sindicatos das forças de segurança ficaram de fora do acordo com o Governo. Em declarações registadas pela RTP, Pedro Gouveia, da Associação Nacional Autónoma de Guardas da GNR, considera a proposta inadmissível.
"O que nos trouxe até aqui foi uma maratona que não era só de valorização remuneratória, mas também e sobretudo de dignidade. Nós não aceitamos que um militar da guarda ou um polícia fique a vencer numa carreira de órgão de polícia criminal menos em risco do que um segurança da Polícia Judiciária. É verdadeiramente uma situação inadmissível", justificou Pedro Gouveia.
O presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia, Paulo Macedo, também considera insuficiente o valor proposto pelo Governo.
"Nós não podemos aceitar que os polícias fiquem a ganhar menos, a auferir menos por esta componente do que funcionários da administração pública que não são polícias, não têm esses ónus agregado à profissão e que, como é fácil constatar pelas percentagens de agressões contra polícias mortos em serviço, não têm qualquer comparativo com aquilo que existe na PSP e também na GNR", explicou Paulo Macedo.
Nuno Castro, vice-presidente da Associação Sindical Autónoma de Polícia, considera que a proposta do Governo não chega para fazer face ao risco que os polícias enfrentam.
"A proposta apresentada pela ministra apenas beneficia uma classe, penalizando as outras, que são as outras que realmente enfrentam risco", afirmou Nuno Castro.
Já o presidente do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia, Carlos Torres, sublinha que o Governo ficou cem euros abaixo das reivindicações.
"Nós mantivemos a nossa posição, aquilo que nos fez abandonar a última reunião foi que abaixo de 400 euros não é digno para um agente da PSP porque fica a ganhar abaixo de um segurança da polícia judiciária. Nós nunca aceitaremos isso", acrescentou Carlos Torres.