Provas-ensaio já foram feitas por 90 mil alunos. Avaliação do 9.º ano vai mesmo contar para a nota final
O ministro da Educação afirma que as provas, de acordo com a avaliação do IAVE, "estão a decorrer com normalidade"
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Apesar das críticas da Fenprof que apontou a existência de vários problemas, o ministro da Educação faz uma avaliação positiva dos primeiros dias das provas-ensaio.
“Os resultados que temos de ontem e hoje é que, dos 300 mil alunos que vão fazer estas provas, 90 mil já as realizaram e a avaliação que temos do IAVE (…) é que estão a decorrer com normalidade”, garante o ministro da Educação.
Fernando Alexandre adianta que “obviamente isso não quer dizer que não surja uma situação ou outra”, mas ressalva que as provas são isso mesmo, um ensaio para treinar. De visita à Universidade do Algarve, o ministro considerou que a greve anunciada pela Federação Nacional dos Professores também não está a fazer “mossa” à realização das provas do 4.º, 6.º, e 9.º anos.
”Os professores estão muito concentrados em garantir as condições ideais para que os seus alunos e o trabalho que é feito durante todo o ano letivo não é perturbado por esse tipo de eventos”, afirma.
O ministro contraria também o Conselho Nacional de Educação que propôs que a nota final dessas provas do 9.º ano, matemática e português, não contem para a avaliação final. Fernando Alexandre garante que isso não vai acontecer.
”Não está nos planos do Governo. Saber que os exames contam e saber lidar com essa pressão parece-me positivo na formação dos alunos”, considera. Fernando Alexandre adianta que, no 9.º ano, os alunos "já têm 15 anos, estão no final de um ciclo", o que permite "fazer a avaliação das aprendizagens" dos estudantes.
Salientando que os estudantes precisam de ter competências digitais para a vida o ministro garante que o governo só cancelou o ano passado a realização das provas de 9.º ano porque considerou não estarem reunidas as condições para as fazer desta forma.
Devolução das propinas podem mesmo acabar
O ministro da presidência já tinha colocado essa hipótese e agora o ministro da educação vem considerar que “a medida do prémio salarial, que é como se chama a devolução das propinas, de facto é muito cara, custa cerca de 500 milhões de euros por ano“, diz Fernando Alexandre.
“Eu como ministro da Educação, Ciência e Inovação gostaria de ver esse valor reinvestido na formação dos jovens, naqueles que vão integrar o mercado de trabalho”, argumenta. Garante que ainda não há data para a tomada de decisão. “Estamos a ponderar”, assegura.
Leitão Amaro afirmou na última quinta-feira que o Governo está a avaliar a continuidade do mecanismo de devolução das propinas, defendendo que o novo IRS Jovem é "muito mais potente", mas o eventual fim da medida ainda não foi decidido. O PS já pediu que a ministra da Modernização e Juventude vá ao Parlamento para dar explicações sobre o assunto.