A proposta do Governo que resulta do acordo firmado em concertação social foi aprovado com a ajuda das abstenções da direita. Esquerda confirmou voto contra.
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Nas galerias, Arménio Carlos, líder da CGTP, levantou-se na altura de votar contra para vincar o desacordo perante a proposta do Governo.
Foi com ironia que a esquerda parlamentar viu o PSD e o CDS levantarem-se para marcarem a abstenção que viabilizou a proposta do Governo.
O diploma baixa agora à comissão para acertos, já depois das férias parlamentares, com outras propostas com que a esquerda pretende "corrigir"o que considera ser um "documento insuficiente".
Na votação na generalidade, a proposta do Governo teve os votos favoráveis do PS, as abstenções do PSD, do CDS e do PAN e os votos contra do PCP, PEV e BE.
Ainda hoje, Rui Rio, presidente do PSD justificou a viabilização da proposta de lei do Governo sobre leis laborais com o "interesse nacional" e voltou a alertar o Governo que, se na discussão na especialidade, o acordo de concertação for "desvirtuado" o voto do PSD poderá mudar da abstenção para o voto contra.
Logo depois de terminada a longa maratona de votações Jerónimo de Sousa acusou o PS de não ter estado junto da esquerda na defesa dos direitos laborais, ironizando ainda sobre o aviso do PSD sobre a possibilidade de mudar o sentido de voto.
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Também José Soeiro deixou um repto para que, na especialidade, o PS regresse ao consenso com a esquerda. "O PS tem de assumir se quer voltar a trazer a discussão do código de trabalho para a especialidade e assumir essa responsabilidade ou se quer, pelo contrário, manter essas medidas que acordou e que vêm do acordo com os patrões e voltar a contar, no final deste processo, com uma maioria feita à direita", frisou o bloquista.
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Em jeito de resposta, Carlos César admite a possibilidade de mudanças na especialidade e garante que não tem negociações preferenciais à direita.
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