Socialistas referem "caminho tendencial" e remetem debate "mais aprofundado" para o próximo Orçamento do Estado. João Paulo Correia, vice-presidente da bancada parlamentar, fala num "caminho tendencial" para acabar com propinas.
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Depois de o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior ter admitido que o fim das propinas no prazo de uma década "deve ser um cenário favorável", o grupo parlamentar do Partido Socialista admite essa possibilidade num "futuro próximo".
No final da reunião desta quinta-feira do bancada parlamentar do PS, João Paulo Correia, vice-presidente do grupo parlamentar, confirmou essa disponibilidade, mas sublinhou que é preciso um debate profundo sobre o tema.
"O caminho será tendencial. Admitimos que num futuro, que poderá ser próximo e não imediato, possa haver a possibilidade do fim das propinas, mas terá de haver um debate muito mais aprofundado sobre esta matéria", diz João Paulo Correia, que sublinha que é uma discussão que terá de ser feita com "a máxima seriedade e não na espuma dos dias".
Segundo os socialistas, nos próximos tempos o debate terá ser feito com o Governo, com a Assembleia da República, com o as universidades e politécnicos, no limite, até ao próximo Orçamento do Estado.
"Que no próximo Orçamento do Estado, o mais tardar, se faça esse debate sobre o futuro ou não das propinas no sistema de financiamento do Ensino Superior", afirma o vice-presidente do grupo parlamentar do PS.
De acordo com o socialista, o fim das propinas não é, para já, um assunto em cima da mesa, defendendo que para 2019 "essa é uma matéria que está fechada por via da aprovação da Lei do Orçamento do Estado", mas que o partido está disponível para que se faça caminho "dentro da diversidade de opiniões".
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, defendeu , esta semana, políticas que garantam a redução dos custos das famílias com filhos no ensino superior, admitindo o fim das propinas.
Durante a Convenção Nacional do Ensino Superior 2030, em Lisboa, Manuel Heitor clarificou que o fim das propinas no prazo de uma década "deve ser um cenário favorável", reconhecendo que tal só será possível através de "um esforço coletivo de todos os portugueses".
Juventude Socialista não quer "esperar uma década"
Após o debate dos últimos dias, a Juventude Socialista já veio lembrar que, apesar de ter sido "reforçada com a posição de membros do Governo" sobre a necessidade de se eliminar a médio prazo a propina, a líder da JS, Maria Begonha, já veio afirmar que mesmo com o "alargamento de consenso", se manifesta "discordante da forma como se pretende materializar essa eliminação".
"Num momento em que os custos associados à frequência do Ensino Superior aumentam de forma galopante, os estudantes do Ensino Superior não podem esperar mais uma década para eliminar a propina, nem tão pouco podem esperar todos aqueles que, ano após ano, têm a expectativa de cumprir esse objetivo", refere a líder dos jovens socialistas.
A JS já anunciou que vai propor ao Partido Socialista que, no programa eleitoral a apresentar nas eleições legislativas de 2019, seja assumido um "novo pacto para o Ensino Superior, eliminando as propinas de 1º ciclo e limitando as propinas de 2º ciclo no espaço temporal da próxima legislatura".