PS “apela ao voto” em António José Seguro, mas lembra “liberdade dos dirigentes e militantes”
Leia aqui a resolução da Comissão Nacional do Partido Socialista sobre as eleições presidenciais, a que a TSF teve acesso
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No “tempo certo” e com apenas uma candidatura da família socialista na corrida à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa, o PS decide-se pelo apoio a António José Seguro, que se traduz num “apelo ao voto”, o que “não prejudica a liberdade que os dirigentes, militantes e simpatizantes sempre tiveram e deverão continuar a ter numa eleição com esta tipicidade”.
Na resolução da Comissão Nacional do PS sobre as eleições presidenciais, a que a TSF teve acesso, José Luís Carneiro e Carlos César entendem que António José Seguro é “a solução mais próxima das preocupações que motivam os cidadãos e os movimentos que se reclamam da esquerda democrática”.
Leia a resolução da Comissão Nacional do Partido Socialista sobre as eleições presidenciais:
"A Comissão Nacional do Partido Socialista, reunida em Penafiel - e após debate sobre as eleições presidenciais, adotou formalmente a decisão do partido de apoiar o candidato António José Seguro.
O apoio agora tornado público não prejudica a liberdade que os dirigentes, militantes e simpatizantes sempre tiveram e deverão continuar a ter numa eleição com esta tipicidade.
A eleição presidencial é, sabemos, uma eleição em que os candidatos e os eleitores decidem de acordo com critérios de avaliação pessoal. Mas, entendeu-se, e bem, que no tempo devido e nesta fase especialmente sensível no plano político nacional, o partido devia tomar pública a sua apreciação sobre o que está em causa.
O PS, tal como certamente uma maioria dos portugueses, preocupam-se com os riscos para o nosso Pais que resultariam de um desfecho eleitoral presidencial alimentador de radicalismos, de indefinições perigosas e de partidarismos extremos, ou de adulteração dos direitos constitucionais que enformam garantias individuais e de cidadania. Cumulativamente, o PS espera do novo Presidente da República um entendimento respeitador das competências dos diferentes órgãos de soberania e uma ação de redução da permeabilização dos poderes políticos aos retrocessos e ao enfraquecimento do nosso Estado de Direito Democrático.
As funções de um Presidente da República são muito exigentes, devendo contar para o melhor equilíbrio dos interesses sociais, culturais, políticos e partidários múltiplos que coexistem na sociedade portuguesa e suster as tentativas de desvalorização das marcas de abril no Portugal de hoje e do próximo futuro.
Ao PS não restam dúvidas que a defesa da Democracia é, hoje, uma prioridade. Não restam dúvidas que, também na Presidência da República, essa defesa deve encontrar uma referenciação impulsionadora.
Espera-se que o próximo Presidente da República tenha, igualmente, num mundo onde subsistem conflitos armados e riscos múltiplos para a segurança e a paz, uma leitura conhecedora, progressista, suficiente e previamente aclarada, sobre as questões essenciais que configuram a atualidade internacional
É na pesagem dessas considerações que, face aos candidatos que confirmaram a sua candidatura, o Partido Socialista ponderou a sua decisão. É o que agora faz, no calendário que previamente estabeleceu, apelando ao voto em António José Seguro por considerar ser a solução mais próxima das preocupações que motivam os cidadãos e os movimentos que se reclamam da esquerda democrática, como é o caso do Partido Socialista.
Penafiel, 19 de outubro"