PS Câmara Lisboa quer saber que medidas a autarquia vai tomar para evitar impactos da greve na Carris
Além de questionar sobre a greve, a vereação do PS criticou a gestão de PSD/CDS-PP (que governa Lisboa sem maioria absoluta) quanto à Carris
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O PS na Câmara de Lisboa questionou esta quarta-feira a liderança PSD/CDS-PP sobre a greve da Carris em 12 de junho, um dos dias de maior movimento na cidade, procurando saber quais as medidas para evitar os impactos desta paralisação.
O tema da greve da Carris, empresa municipal de transporte público em Lisboa, foi abordado durante a reunião privada da câmara, com os vereadores do PS a recordarem a exigência que a gestão camarária de PSD/CDS-PP, sob liderança de Carlos Moedas (PSD), fez ao Governo do PS, em 2021, para fechar um acordo com os trabalhadores do Metro de forma a impedir uma greve durante a conferência Web Summit, tendo Moedas chegado a declarar que “era muito triste que o Governo não conseguisse evitar tal greve”.
A agência Lusa questionou o gabinete do presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), sobre o que está o executivo camarário a fazer para evitar os impactos da greve da Carris em 12 de junho, que remeteu uma resposta para a empresa municipal de transporte público.
O dia 12 de junho é um dos dias de maior movimento na cidade devido às festas de Lisboa.
Além de questionar sobre a greve, a vereação do PS criticou a gestão de PSD/CDS-PP (que governa Lisboa sem maioria absoluta) quanto à Carris, afirmando que o social-democrata Carlos Moedas vai deixar à cidade “uma empresa com a maior taxa de incumprimento dos últimos anos (+ de 5%), que tem vindo a perder trabalhadores (sobretudo tripulantes), que por causa disso gastou mais 1,5 milhões de euros em 53 mil horas extraordinárias”.
Os socialistas apontaram ainda o registo de uma quebra contínua da velocidade comercial (que atingiu um novo mínimo de 13,31 Km/h), com menos veículos em circulação, um aumento preocupante na sinistralidade e a insatisfação geral dos utentes, atestada pelo número recorde de queixas (mais de 13 mil).
Para a PS, “a contínua degradação” dos principais índices da empresa mostra que há menos transporte público e pior transporte público na cidade, e tal prova também que os “Novos Tempos” (coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) “não têm, nem nunca tiveram, uma estratégia de mobilidade para Lisboa”.
Os trabalhadores da Carris estão em greve parcial desde segunda-feira e até sexta-feira, paralisação que se faz às primeiras e últimas horas do serviço diário de cada profissional dos vários setores (tráfego, oficinas ou administrativo), em protesto pelo impasse das negociações com a transportadora.
Sindicatos representativos dos trabalhadores da empresa lisboeta (que opera o serviço público rodoviário da cidade e também elétricos e ascensores de rua), convocaram uma paralisação de duas horas no início e no fim de cada turno entre 2 e 6 de junho e de 24 horas em 12 de junho, tendo sido decretados serviços mínimos por um tribunal arbitral.
Além de serem obrigatórios serviços como o transporte exclusivo de deficientes ou os postos médicos da empresa, têm de funcionar “em 50% do seu regime normal” as carreiras 703, 708, 717, 726, 735, 736, 738, 751, 755, 758, 760 e 767.
Em declarações à Lusa, o presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas, realçou que tem tido “um bom diálogo com as organizações sindicais”, mas assumiu como evidência que “os sindicatos querem sempre mais”.
Referindo que a Carris está “num ciclo de forte aumento salarial”, Pedro Bogas disse que a reivindicação dos trabalhadores de diminuição do horário de trabalho das 40 para as 35 horas é uma ambição legítima, mas ressalvou que é “extremamente difícil e põe em causa a sustentabilidade da empresa”.