PS defende plano europeu para habitação acessível. Pedro Nuno avisa: "Ganhar europeias para, logo a seguir, ganharmos Portugal"
O PS defende ainda um complemento europeu ao subsídio de desemprego. A abolição de estágios não remunerados é outro dos objetivos.
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O PS defende um plano europeu para a habitação acessível, “a condições dignas e a preços comportáveis”, a pensar, sobretudo, na classe média. Os socialistas apresentaram ao final da tarde o manifesto para as eleições europeias, com Pedro Nuno Santos a pedir uma vitória a 9 de junho, “para, logo a seguir, ganhar Portugal”.
A 9 de maio, dia da Europa, o PS prepara o jogo para as eleições de 9 de junho, mas Pedro Nuno Santos pisca também o olho às eleições legislativas que, mais uma vez, podem ser antecipadas. Em novembro, o Governo apresenta o Orçamento do Estado e, sem maioria no Parlamento, o chumbo pode deitar abaixo o Executivo de Luís Montenegro.
Depois de sublinhar o papel do PS para a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia, sobretudo, o contributo de Mário Soares, que liderava o Governo em 1986, Pedro Nuno Santos pediu a vitória nas europeias, a pensar nas eleições internas.
“Avança-se pela Europa, avança-se em Portugal. Vamos ganhar as europeias para, logo a seguir, ganharmos Portugal”, atirou o secretário-geral socialista.
Nos 21 nomes que o PS apresenta para o Parlamento Europeu, a cabeça de lista é a antiga ministra da Saúde Marta Temido, e o último candidato é o também antigo governante João Soares. A deixa para que Pedro Nuno Santos sublinhe que “não há lista, nem cabeça de lista” como a do PS.
“Todos nós, ao longo da vida, somos testados. Mas muito poucos como foi a Marta Temido. Os portugueses criaram uma relação com Marta Temido, sabem o que foi na governação e sabem o que será no Parlamento Europeu”, acrescentou, numa referência ao combate à pandemia.
As propostas a pensar no “futuro de Portugal”
O PS apresenta-se aos portugueses com “nove missões” num manifesto eleitoral a pensar na Europa, mas também no país, que pede uma União Europeia “mais solidária”, mas também “mais autónoma”. Marta Temido destacou o pedido para “um plano europeu para a habitação acessível”.
“Embora não seja uma matéria atribuída à UE, deve concretizar o direito à habitação em condições dignas e a preços comportáveis, não só para os mais necessitados, mas também para a classe média”, explicou.
O PS defende ainda um complemento europeu ao subsídio de desemprego, além da garantia de acesso a cuidados de saúde mental “em todo o espaço europeu”. A abolição de estágios não remunerados é outro dos objetivos.
Há ainda medidas que surgem da governação de António Costa, pela defesa de um mecanismo europeu de resposta às crises e a criação de um programa de inclusão social de pessoas em situação de sem-abrigo.
Trata-se de um manifesto eleitoral, como sublinhou Marta Temido, para evitar os retrocessos que a direita quer implementar, não só nos direitos das mulheres, mas também contra a imigração.
“Ainda em campanha, e o Partido Popular Europeu já faz concessões à extrema-direita. Basta ver o que defende o manifesto eleitoral sobre o direito de asilo, pondo em causa os direitos humanos”, acrescentou.
O apoio à Ucrânia também é para manter, porque a União Europeia “não pode descansar enquanto houver bombas a cair em solo europeu”, desde logo, o PS compromete-se em apoiar à adesão da Ucrânia à UE, assim como o da Moldova.
A apresentação do manifesto socialista contou com alguns dos atuais eurodeputados, todos riscados para nove de junho. O nome que mais aplaudido foi o do socialista Mário Soares, pai da adesão de Portugal à CEE.