É a opinião de Ana Catarina Mendes, no dia em que começa, em Lisboa, o congresso do PS. "Não sei se as vacas voam, mas acredito que a coligação possa ter sucesso", diz Álvaro Beleza.
Corpo do artigo
Questionada, no Fórum TSF, sobre as criticas de vários socialistas, que acusam o partido de sectarismo e falta de abertura, Ana Catarina Mendes considera que essas vozes discordantes só enriquecem a vida interna do PS.
A número dois de António Costa sublinha que o Partido Socialista "foi sempre um partido plural", onde sempre "sobretudo, se pôde discordar".
Ana Catarina Mendes não valoriza as vozes que pedem mais democracia interna no PS. E salienta que o caminho feito desde as primárias de maio, que reelegeram Costa para líder, é de "franca abertura".
Por isso, a direção que os socialistas pretendem continuar é o que está definido na moção do secretário-geral, sublinha. "Maior abertura, maior transparência, maior rigor e maior democracia dentro do PS".
Ana Catarina Mendes garante também que um exemplo claro da vontade de abertura do partido é a proposta de colocar independentes nos órgãos nacionais socialistas.
O objetivo é "ampliar as vozes da sociedade". São militantes que "fazem trabalho civil, mas que não são do governo, nem querem ser; que não são deputados e não têm essa aspiração".
Mesmo assim, defende a secretária-geral adjunta, "devem ser vozes dentro do partido socialista". Ana Catarina Mendes garante que António Costa "está em sintonia" com esta ideia.
"Não sei se as vacas voam, mas acredito que a coligação possa ter sucesso", diz Álvaro Beleza
Álvaro Beleza, um dos críticos dos acordos entre PS, PCP, BE e PEV, sublinhou, no Fórum TSF, que é preciso que a atua maioria de esquerda "esteja ao serviço do pais e que esteja à altura dos desafios que Portugal enfrenta", manifestando-se agradado com o facto de Governo ter estado "bem" na "questão patriótica do bom aluno".
Segundo o atual membro da Comissão Política do PS e antigo apoiante de António José Seguro, "Portugal não é o bom aluno e a Alemanha não é o professor", e nesse campo, o Executivo "tem estado bem".
"Não sei se as vacas voam, mas acredito que a coligação possa ter sucesso", afirma Álvaro Beleza, acrescentando que os grandes desafios para Portugal e para a atual solução governativa passam por "colocar o país a crescer, distribuir melhor a riqueza, ter um Governo amigo das empresas e do empreendedorismo" e "ter um crescimento económico ao serviço das pessoas".
Sobre a vida interna do partido, o socialista sublinha que o PS é "um grande partido, plural, com gente que pensa diferente, adiantando que, apesar de ter manifestado discordância em relação aos entendimentos com PCP, BE e PEV, sempre foi favorável a que os socialistas tivessem diálogos à esquerda.
"Sempre achei que o PS devia conseguir entendimentos à esquerda", afirma, sublinhando, que a chave para o sucesso da maioria parlamentar de esquerda é conseguir uma "síntese entre a eficácia e o humanismo".