PS diz que nova Secretaria-Geral "não começa em plenitude de funções" por "total incompetência do Governo"
À TSF, António Mendonça Mendes diz que a recusa de Hélder Rosalino "é seguramente a assunção por parte do Governo de que o processo não correu bem e não era uma decisão correta"
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O Partido Socialista (PS) considera que a nova Secretaria-Geral do Governo não vai iniciar as funções na sua plenitude por culpa do próprio Executivo.
Em declarações à TSF, o deputado António Mendonça Mendes diz que "o Governo se mostrou totalmente incapaz de gerir um processo tão simples", embora também não encontre problema em que o novo órgão arranque sem líder.
"Não vejo nenhum problema, em particular da Secretaria-Geral, começar no dia um sem Secretário-Geral, mas não começa em plenitude de funções, precisamente por uma total incompetência da parte do Governo. Ao não entrar em funções o doutor Hélder Rosalino, é seguramente a assunção por parte do Governo de que o processo não correu bem e não era uma decisão correta", disse o socialista.
Sobre o decreto-lei, Mendonça Mendes refere que o "Parlamento vai ter oportunidade de fazer a apreciação": "Nessa altura, o Governo terá oportunidade de poder recuar naquilo que são as opções ou eventualmente explicar e convencer-nos a todos de algo que ainda ninguém conseguiu perceber da opção do Governo."
Ainda assim e apesar da polémica que envolveu o salário que Hélder Rosalino iria auferir caso tivesse disponibilidade para assumir o cargo, o antigo secretário de Estado do PS continua a achar correta a criação de uma Secretaria-Geral do Governo.
"Todos os ministérios até agora têm tido uma secretaria-geral e, neste momento, os ministérios estão dispersos pela cidade de Lisboa. A partir do momento em que os ministérios estão todos concentrados no edifício da Caixa Geral de Depósitos, e essa foi uma decisão do anterior governo, isso gera várias poupanças do ponto de vista do funcionamento do Governo, e uma delas é precisamente a substituição das várias secretarias-gerais por uma única Secretaria-Geral. Essa Secretaria-Geral faz o apoio administrativo, logístico, àquilo que é a atividade do Governo e, por isso, a substituição de várias secretarias-gerais por uma Secretaria-Geral é uma decisão correta", disse António Mendonça Mendes.
A nova Secretaria-Geral do Governo inicia funções esta quarta-feira, mas depois da indisponibilidade de Hélder Rosalino para assumir a liderança do órgão, este vai arrancar sem líder.
A notícia foi avançada pelo Expresso e confirmada pela TSF. O Governo não vai nomear, para já, um novo secretário-geral e o órgão vai arrancar apenas com adjuntos. Por enquanto, a equipa conta com quatro dos seis secretários-gerais adjuntos. João Rolo, atual secretário-geral da Economia, e Mafalda Santos, auditora-chefe do Departamento de Estudos, Prospetiva e Estratégia do Tribunal de Contas são dois dos membros que compõem a equipa.
