PS está "coeso" e "não quer eleições": Carla Tavares reforça apelo para que Governo "retire moção de confiança"
A presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS defende que "está nas mãos do PSD e do primeiro-ministro" a decisão de levar ou não o país a eleições antecipadas
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O PS volta a apelar ao Governo para que retire a moção de confiança. No final da reunião de Pedro Nuno Santos com os líderes das federações distritais do PS, a porta-voz foi Carla Tavares, que lidera a estrutura de Lisboa.
"O apelo que voltamos a fazer ao senhor primeiro-ministro e ao Governo do PSD é que retire a moção de confiança", expôs.
A também eurodeputada lembra que o PS sempre "teve uma posição muito clara" em relação a este assunto, tendo avisado que não viabilizaria qualquer moção de confiança, e, por isso, afirma que a decisão de provocar eleições "está nas mãos do PSD" e de Luís Montenegro. Garante ainda que o partido está unido em torno do líder.
"Terminamos a reunião com os presidentes de Federação e o PS está absolutamente coeso relativamente a este processo que se espera que aconteça na terça-feira, na Assembleia da República", adianta.
Houve ainda tempo para responder ao ministro das infraestruturas, Miguel Pinto Luz, que este domingo acusou os socialistas de serem os "únicos" responsáveis pela eventual realização de eleições antecipadas. Carla Tavares rejeita este entendimento e assegura que o PS "está onde sempre esteve, com a sua coerência".
"O PS não quer eleições, o secretário-geral do PS não quer eleições e é importante que o PSD também reflita sobre a sua proposta, que tem para uma moção de confiança", sublinha.
A presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS insiste que o Governo "sempre soube" qual seria a posição do PS relativamente a este instrumento político.
O Parlamento debate na próxima terça-feira uma moção de confiança apresentada pelo Governo minoritário PSD/CDS-PP, que tem chumbo anunciado, com o PS, que tinha anunciado dois dias antes uma comissão de inquérito ao caso, a advertir que não a viabilizará.
A rejeição de um voto de confiança implica a demissão do Governo. O Presidente da República, face a este cenário, já antecipou que as datas possíveis para realizar legislativas antecipadas o mais breve possível são em 11 ou 18 de maio.
A atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que passou esta semana apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.
Depois de mais de duas semanas de notícias -- incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva - de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou a 05 de março a apresentação de uma moção de confiança.