PS indica Pedro Delgado Alves como líder parlamentar interino. Se depois fica, é decisão de Carneiro
Pedro Delgado Alves é uma escolha de Carlos César, resta esperar pela posição de José Luís Carneiro
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Até às eleições diretas (pelo menos), cabe a Pedro Delgado Alves assumir o lugar de líder parlamentar do PS. É essa a escolha do presidente do PS e secretário-geral interino, Carlos César, apurou a TSF, e a decisão já foi anunciada ao secretariado nacional do partido.
Para terça-feira de manhã está já marcada uma reunião com os 58 deputados do PS, depois da posse da nova composição da Assembleia da República, onde Carlos César vai indicar à bancada que os trabalhos vão ser liderados, pelo menos nas primeiras semanas, por Pedro Delgado Alves.
Após 28 de junho, depois das eleições diretas, caberá ao novo secretário-geral (previsivelmente, José Luís Carneiro) decidir se mantém Pedro Delgado Alves em funções ou se indica outro nome para liderar o grupo parlamentar do PS.
Pedro Delgado Alves foi cabeça de lista por Coimbra nas últimas eleições e é deputado há cinco legislaturas, desde 2011, e já era apontado como um dos mais fortes candidatos para a sucessão de Alexandra Leitão, na liderança da bancada do PS. Próximo de Pedro Nuno Santos, Delgado Alves era um dos quatro “jovens turcos” que em tempos formaram uma oposição interna a António José Seguro. Além de Pedro Nuno Santos e de Pedro Delgado Alves, João Galamba e Duarte Cordeiro compunham a oposição interna, por altura da troika.
Na anterior legislatura, sob a liderança de Alexandra Leitão, Pedro Delgado Alves era um dos vários vice-presidente da bancada parlamentar, visto como braço direito da atual candidata à câmara municipal de Lisboa. Curiosamente, de acordo com o jornal Público, os dois tentaram demover Pedro Nuno Santos do chumbo da moção de confiança, sem sucesso, o que levou à queda do Governo.
O artigo, publicado uma semana depois do desaire eleitoral do PS, levou a que Pedro Nuno Santos, num tom ríspido, lamentasse que alguns sejam “calculistas”, ao contrário de quem “não foi calculista quando avançou para a liderança do PS e quando decidiu que Montenegro não merecia confiança”, numa referência ao próprio.