Carlos César diz que "a seu tempo" cada um dos setores que tem protestado irá "ver satisfeito o essencial do que pede". Líder parlamentar do PS defende "tranquilidade" e menor intransigência sindical.
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Num momento em que vários setores mantêm reivindicações e protestos nas ruas - como são disso exemplo os professores -, o presidente do grupo parlamentar do PS defende que é "normal" que haja quem proteste e reconhece a legitimidade das "aspirações" de vários setores da sociedade, mas adianta que os socialistas são "inflexíveis" na defesa da sustentabilidade das contas públicas.
"Percebe-se a aspiração de vários setores em progredirem mais rapidamente nas suas remunerações ou estatuto profissional. Percebemos essas aspirações. Só que somos inflexíveis em outro plano. Queremos que todos os avanços que vamos conseguindo sejam sustentáveis e estejam consolidados", disse Carlos César, no final da reunião do grupo parlamentar do PS.
E, no mesmo sentido, deixa o aviso: "Não podemos ir depressa demais ou ir para além das possibilidades que o Estado hoje tem. Portanto, a todos o que pedimos é paciência, porque o caminho que temos feito é de melhoria geral. A seu tempo, certamente, cada setor verá satisfeito o essencial daquilo que hoje pede".
No caso específico dos professores - e depois do veto do presidente da República ao diploma do Governo sobre a contagem do tempo de serviço dos professores -, o líder da bancada socialista considera que o Executivo de António Costa terá de iniciar a negociação "a partir do zero" e, defendendo que, durante as negociações, foi ao governo que coube a maior fatia de aproximação e de disponibilidade para negociar, pede aos sindicatos que tenham não se revelem tão intransigentes como até agora.
"É altura de perceber se há alguma evolução da parte sindical", sublinha Carlos César, que, notando a "boa-fé" do Governo do PS, espera que os sindicatos não se mantenham "consolidados na posição única que, até agora, apresentaram" durante as negociações.
Questionado sobre se o Governo pode seguir o exemplo dado nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, em que foi acertada a devolução aos docentes do tempo integral de serviço que esteve congelado, o líder parlamentar esclarece que os contextos são diferentes.
"Há um problema de equidade com outras carreiras que não se coloca no caso das administrações regionais [das duas regiões autónomas], visto que outras carreiras não são da tutela da administração regional, mas da administração central. As carreiras são diferentes e a administração regional tem autonomia para fazer a sua avaliação própria", disse.