"Nós temos autarquias no país com uma grande capacidade, dinamismo e iniciativa para, tendo acesso a recursos, poderem construir habitação para a população de rendimentos intermédios", afirmou Pedro Nuno Santos
Corpo do artigo
Pedro Nuno Santos define a habitação como o maior problema nacional, admite regular o mercado e defende que parte dos dividendos da Caixa Geral de Depósitos (CGP) devem alimentar uma conta-corrente para a construção de casas.
O PS está, nesta manhã, a ouvir vários contributos para atualizar o programa eleitoral na área da habitação, entre os quais está o da antiga deputada do Bloco de Esquerda Ana Drago. Na declaração inicial, aberta aos jornalistas, Pedro Nuno Santos avançou já com uma proposta.
"A Caixa Geral de Depósitos teve um lucro de cerca de 1600 milhões de euros em 2024, obviamente, conseguidos, grande parte desse rendimento, com a habitação e 50% foi distribuído ao Estado. Nós achamos que é uma boa ideia que uma parte dos dividendos da Caixa Geral de Depósitos - mas não apenas - alimente uma conta-corrente no Estado que permita às nossas autarquias recorrer a financiamento para avançar com projetos de habitação", afirmou o líder do PS.
O socialista considerou que "o Estado tem essa capacidade e o país tem essa necessidade". "Nós temos autarquias no país com uma grande capacidade, dinamismo e iniciativa para, tendo acesso a recursos, poderem construir habitação para a população de rendimentos intermédios", acrescentou.
Para o PS, a habitação “é o maior problema nacional”, já que “a seguir ao 25 de Abril não encarámos a habitação como encarámos a escola, a saúde e o sistema de pensões”. O país está, por isso, “a pagar caro”.
E, por isso, a habitação é o tema de arranque dos mini Estados-Gerais socialistas, para a atualização do programa eleitoral. Pedro Nuno Santos admite ainda regular o mercado de habitação, “num debate que ainda falta fazer em Portugal”.
O mercado habitacional “não é procurado apenas para cumprir a sua função tradicional residencial”, e essa é uma das razões para a crise na habitação, mas também a falta de casas públicas. E Pedro Nuno Santos não deixa de apontar o dedo ao Governo de Montenegro.
“Alguns jovens beneficiaram da isenção de impostos de selo e de IMT, mas, a verdade, é que a maioria dos jovens ficou ainda mais longe de conseguir casa. Passaram a enfrentar preços ainda mais altos”, acrescentou.
No painel da habitação, o PS conta com a participação de Ana Drago, ex-deputada do BE e uma das coordenadoras do Observatório sobre Crises e Alternativas do CES e das ex-governantes desta área, Marina Gonçalves e Fernanda Rodrigues.