Líder parlamentar do PS não abre o jogo, mas rejeita proposta do BE de reduzir a fatura da energia para compensar chumbo. CGTP disponível para "diálogo", mas não sobre solução para TSU.
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"Há áreas em que é possível avançar mais nesta fase e outras onde não é possível avançar tanto. Talvez no caso da fatura energética não seja possível agora dar um passo significativo agora", disse o líder parlamentar do PS, Carlos César, no final de um encontro de mais de uma hora com Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP.
Nos últimos dias, após ser dado como certo o chumbo da redução da Taxa Social Única - tendo em conta que, na Assembleia da República, BE, PCP e PSD já garantiram que irão votar contra a medida proposta pelo Governo -, várias têm sido as sugestões para encontrar "alternativas".
Pelo BE, Catarina Martins apontou a redução da fatura energética e o acesso a melhor financiamento por parte das empresas, enquanto pelo PCP, o secretário-geral Jerónimo de Sousa apontou o "alívio" no Pagamento Especial por Conta como forma de apoiar o tecido empresarial. Mas, por agora, como sublinhou Carlos César, os socialistas não abrem o jogo.
"Se a decisão tomada for a de terminar com a redução da TSU, certamente que o Governo, em diálogo com os parceiros parlamentares que o apoiam e com os parceiros sociais, encontrará uma solução", disse o socialista, que sublinhou: "Vamos aguardar a decisão da Assembleia da República e, depois, o Governo assumirá as suas responsabilidades".
Nesse sentido, Carlos César espera que a "solução" encontrada "dê também confiança a todos os empresários" e o "ânimo que o aumento do salário mínimo também dará a muitos portugueses".
TSU: "Não compete à CGTP apresentar alternativas"
Ainda antes de ouvir Carlos César dizer aos jornalistas que o Governo irá encontrar uma solução "em diálogo" com a esquerda e os parceiros sociais, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, reiterou a indisponibilidade para ajudar socialistas e empresários a encontrarem uma solução para o eventual chumbo da medida.
"Como compreenderão, não compete à CGTP-IN apresentar alternativas. Quem arranjou o problema, que agora encontre conjuntamente as alternativas", afirmou, no parlamento e ao lado do líder da bancada do PS.
Sublinhando, no entanto, que a intersindical está disponível para "apresentar propostas e demonstrar que é possível fazer diferente e, sobretudo, melhor", Arménio Carlos lembrou que a CGTP não assinou o acordo de concertação social, ao qual se opõe, mas não apenas por culpa própria.
"Não foi a CGTP-IN que se afastou de um compromisso global, mas a opção do Ministério do Trabalho de nos afastar, porque sabia que nós não aceitávamos a descida da TSU. Não quiseram encontrar outras soluções e, portanto, cada um assume as suas responsabilidades. Para nós, o mais importante já está em fase de aplicação: a atualização do salário mínimo para 557 euros", disse.