PS tem Araújo, PSD conta com Ana Paula Martins. Pedro Nuno distingue partidos e pede “estabilidade” na hora do voto
Pedro Nuno Santos ironizou com a escolha do antigo secretário de Estado Hernâni Dias pela AD
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Pedro Nuno Santos distingue os lados: “Eles têm Ana Paula Martins, nós temos Fernando Araújo.” O contraponto com a AD deve-se à escolha da ministra da Saúde para encabeçar a lista social-democrata por Vila Real, enquanto o PS escolheu o antigo diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde, Fernando Araújo, para liderar os socialistas pelo Porto.
Dois candidatos ao Parlamento com carreira na saúde, que colidiram nos primeiros tempos de Ana Paula Martins no Governo. O desfecho foi a saída do médico do Porto da nova direção executiva, cerca de um ano depois de tomar posse.
“A saúde é um dos exemplos máximos da incompetência deste Governo em resolver problemas - aumentaram os problemas que nós já tínhamos na saúde. Fernando Araújo é uma figura consensual na sociedade portuguesa, inspira confiança e segurança aos portugueses e é isso que nós precisamos. O PSD preferiu manter na lista de deputados, isso é um sinal, evidentemente, a responsável máxima pelo falhanço na saúde”, sublinhou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas na Futurália.
“Se Luís Montenegro está, porque Hernâni Dias não haveria de estar?”
Mas a lista de candidatos da AD conta também com Hernâni Dias como cabeça de lista em Bragança - antigo secretário de Estado que deixou o Governo por alegado conflito de interesses com a polémica lei dos solos.
“Não me surpreendo com a presença de Hernâni Dias nas listas. Se Luís Montenegro também está, porque Hernâni Dias não haveria de estar?”, questiona o socialista, em tom irónico.
Tratam-se de dois protagonistas sobre quem recaem suspeitas. Na altura da demissão de Hernâni Dias (a primeira do atual Governo), Luís Montenegro até admitiu que o antigo governante foi imprudente ao constituir duas empresas imobiliárias enquanto o Governo alterava a lei dos solos.
Pedro Nuno Santos foca-se, no entanto, no primeiro-ministro e apela aos portugueses para que a 18 de maio votem pela “estabilidade”. Aos que dizem que os eleitores não se interessam pela “ética na política”, o socialista mostra uma visão diferente e deixa dois pedidos para a altura do voto.
“Responsabilizar quem criou esta crise e quem provocou as eleições, que foi Luís Montenegro, mas também assegurar que depois destas eleições vamos ter de facto estabilidade e não um primeiro-ministro que continuará ensombrado com suspeitas graves”, desafiou.
Até porque, na ótica do socialista, “liderança e projeto são duas faces da mesma moeda”, pelo que Pedro Nuno Santos não abdica de falar sobre “ética” na campanha eleitoral.