PS “unido” contra moção de Montenegro que “preferiu turbulência à transparência”
Pedro Nuno Santos reforçou, na Comissão Política Nacional do PS, que evitar a crise política está nas mãos de Luís Montenegro
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Foram poucas as vozes que discordaram da posição de Pedro Nuno Santos na reunião da Comissão Política Nacional, que durou perto de três horas.O PS vai mesmo votar contra a moção de confiança apresentada pelo Governo: está “unido” e “preparado” para as eleições legislativas antecipadas.
“O PS está unido neste momento importante”, disse Pedro Nuno Santos no final da reunião, que escutou poucas vozes dissonantes – só Álvaro Beleza e Daniel Adrião defenderam que o partido devia viabilizar a moção de confiança do Governo.
Para Pedro Nuno Santos, com o chumbo da moção de confiança, não há outro caminho que não sejam eleições antecipadas. Dentro de portas, de acordo com relatos à TSF, o secretário-geral do PS defendeu que Marcelo Rebelo de Sousa “não pode ter dois pesos e duas medidas2, lembrando a posição do Presidente da República quando António Costa se demitiu.
Evitar a crise política está nas mãos de Luís Montenegro, reforçou Pedro Nuno Santos: “O primeiro-ministro é que teve a iniciativa de apresentar uma moção de confiança e, portanto, só ele a pode retirar”.
Até porque, perante os socialistas, Pedro Nuno Santos defendeu que “por mais ginástica” que o PS fizesse “seria impossível explicar a abstenção”.
Da “turbulência à transparência”. Beleza “compreende perfeitamente” voto contra
O antigo eurodeputado Carlos Zorrinho, que foi o porta-voz dos membros da comissão política, lamentou que o primeiro-ministro tenha preferido a “turbulência à transparência” com uma moção de confiança que “não era do interesse do país, mas do seu interesse único”.
O socialista Álvaro Beleza até preferia que o PS se abstivesse, disso mesmo deu conta na reunião do órgão, mas, no final de contas, coloca-se ao lado de Pedro Nuno Santos: “Prefiro um líder de um partido que não volta atrás com a sua palavra do que um habilidoso. Compreendo perfeitamente e tenho muito orgulho em ter um líder do partido que é um homem honesto, transparente, corajoso”.
O PS segue, por isso, unido para o combate eleitoral. De resto, dentro de portas, ouviu-se que o partido “está preparado” para as eleições legislativas antecipadas.