Passos Coelho sublinha que não será Bruxelas a levantar "dificuldades para que o país possa ter Orçamento aprovado". Admite que "a economia andou bem melhor" do que o esperado mas falta investimento.
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O líder do PS considera positivo que a Comissão Europeia tenha aprovado o esboço orçamental apresentado pelo Governo português embora sublinhe que existem alguns "riscos de incumprimento que são efetivos".
"A Comissão Europeia chama a atenção para alguns riscos de incumprimento que são efetivos, já o Conselho de Finanças Públicas, como a UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) tinham chamado a atenção para esses riscos mas o importante é que o projeto de orçamento não tivesse sido rejeitado como poderia ter chegado a acontecer, esse risco não foi incorrido e ainda bem", considerou Passos Coelho.
O líder do PSD quis também sublinhar que, com esta aprovação, "não é do lado da Comissão Europeia, nem de Bruxelas que haverá dificuldades para que o país possa ter o seu Orçamento aprovado e para que o Governo possa ter a sua estratégia orçamental em execução".
Num primeiro comentário ao crescimento económico, ontem divulgado, e confrontado com o vaticínio de que "o Diabo estaria para chegar", Pedro Passos Coelho admitiu que "a economia andou bem melhor do que era a expectativa e daquilo que resultaria da estratégia que o Governo decidiu".
No entanto, o líder social -democrata sublinha que o crescimento não resulta da estratégia de "pôr a economia a crescer através do consumo interno, aparentemente não foi isso que aconteceu: estamos a crescer por razões diversas daquelas que o Governo previu".
"Mas isso é bom, nós podemos senão mostrar satisfação quando as coisas correm melhor do que aquilo que se esperava".
Passos Coelho avisou, no entanto, que o crescimento das exportações necessita de mais investimento.
"Se queremos continuar a crescer por essa via, temos que introduzir alguns elementos que possam ajudar a que mais investimento possa aparecer em Portugal", defendeu Passos adiantando que é o que o PSD se propõe fazer com a apresentação de propostas, no debate da especialidade do Orçamento de Estado para 2017.
O líder do PSD falava aos jornalistas no final de uma visita Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, em Paço de Arcos, no concelho de Oeiras, num dia dedicado à Economia do Mar.
O PSD denuncia o "desinvestimento nas ferramentas que permitem um avanço da economia do mar, numa altura em que se deveria estar a apostar, por exemplo, na investigação e desenvolvimento nesta área".