PSD "agradavelmente surpreendido", PS assume-se como alternativa e Chega desvaloriza sondagens
Os resultados da sondagem da Pitagórica mostram um primeiro-ministro em queda, uma coligação que, embora mantenha vantagem, mostra tendência de descida, o PS a recuperar, sem descolar, e o Chega como o partido que mais desce. O Fórum TSF convidou os partidos políticos a fazerem uma leitura dos dados
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A sondagem da Pitagórica para TSF-JN-TVI-CNN Portugal, realizada em duas fases, antes e depois da comunicação ao país de Luís Montenegro, mostra que, dentro do empate técnico, a distância entre AD e PS cai para quase metade e o Chega é quem mais desce. Ouvidos esta segunda-feira, no Fórum TSF, os partidos políticos apresentam leituras diferentes, com o PSD a mostrar-se “agradavelmente surpreendido”, o PS a assumir-se como alternativa e o Chega a desvalorizar.
Alexandre Poço, do PSD, caracteriza o momento de crise como "uma campanha que está montada na tentativa de destruição do carácter do primeiro-ministro". Neste sentido, está “agradavelmente surpreendido” com os dados que as sondagens demonstram, garante.
Com base naquilo a que temos assistido, nomeadamente o tiro ao alvo à personalidade e ao carácter do primeiro-ministro, temos de estar agradavelmente surpreendidos com a resiliência que, quer a Aliança Democrática, quer o primeiro-ministro, quer a aprovação do Governo demonstram com estes números.
No entanto, para os socialistas a visão é outra. O deputado António Mendonça Mendes sublinha que o PS “tem tido a necessidade de responder àquilo que é a incapacidade do Governo em dar estabilidade ao país”.
"Teve de ser o PS a aprovar o programa do Governo, porque senão nem iniciava funções", frisa.
António Mendonça Mendes refere que o PS, na verdade, tem tido duas tarefas: por um lado, “afirmar e construir o seu programa” como alternativa e, por outro, “tem sido chamado pelo interesse nacional a dar a mão ao país”.
Já o Chega desvaloriza os resultados das sondagens, que apontam para uma queda do partido no Parlamento. Para Pedro Frazão, é uma história que já se viu no passado e que estava errada, tendo o partido passado de 12 para 50 deputados na Assembleia da República.
As sondagens não nos preocupam minimamente. (...) Estamos habituados a que o sistema ataque o Chega e tente sempre anunciar o seu fim, mas isso não vai acontecer.
O Fórum TSF convidou o PSD, o PS e o Chega, uma vez que são aqueles que têm desempenhado um papel essencial na crise política.
Os resultados da sondagem, após Luís Montenegro ter falado ao país, o PCP ter apresentado uma moção de censura e o primeiro-ministro ter avançado com a possibilidade de uma moção de confiança, revelam que a AD continua à frente, mas desce em quase todos os segmentos, exceto na classe média e no sul e ilhas, onde sobe. O PS tem vantagem nas classes mais baixas e junto dos mais velhos, mas Pedro Nuno Santos permanece estabilizado nas opiniões positivas (35%) e com uma maioria de opiniões negativas (57%).
