O deputado Adão Silva fala num "um jogo cúmplice entre o governo socialista e o socialista Tomás Correia" e exige rapidez para devolver a confiança aos mutualistas.
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Na véspera da aprovação, em Conselho de Ministros, de uma "norma clarificadora" de que cabe ao regulador dos seguros avaliar a idoneidade de Tomás Correia, o PSD levou ao Parlamento a denúncia da "estranha cumplicidade" do Governo do PS com o presidente da Associação Mutualista Montepio Geral.
"Porquê esta cumplicidade que roça o ridículo? Será porque Tomás Correia é também o presidente socialista da Assembleia Municipal de Pedrógão Grande? perguntou Adão Silva, primeiro vice-presidente da bancada do PSD.
O deputado social-democrata acusou o Governo de ter querido entregar "as poupanças da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, de 200 milhões de euros, como amparo da má gestão do banco Montepio e indiretamente da Associação Mutualista".
Adão Silva considerou que Tomás Correia "tem gozado da maior condescendência do atual governo" e acusou o executivo de fugir "da responsabilidade de avaliar imediatamente e sem mais delongas a idoneidade" do presidente da Associação Mutualista Montepio Geral.
Pelo CDS, a deputada Cecília Meireles alinhou na ideia de que é "impossível não ver uma cumplicidade do Governo com uma linha do Montepio, chefiada por Tomás Correia, com prejuízos para o país".
O Bloco de Esquerda, pela voz de Mariana Mortágua, denunciou "a luta em praça pública" de regulador e do Governo "para ver quem não decide sobre a idoneidade de Tomás Correia" e considerou que "há uma certeza: Tomás Correia não é idóneo". Já Paulo Sá, do PCP, alertou para a necessidade de proteger o interesse dos associados e "afastar Tomás Correia".
Pelo PS, João Paulo Correia disse que "nos próximos dias" o assunto estará resolvido, depois de ser aprovado e promulgado o "decreto clarificador da habilitação legal" da ASF, entidade supervisora do setor dos seguros e fundo de pensões, para avaliar a idoneidade de Tomás Correia como presidente da Associação Mutualista Montepio Geral.
O socialista considerou, no entanto, que o regulador tem poderes para agir e "já o devia ter feito".