A antiga ministra das Finanças aponta como exemplo o "perdão fiscal" que já rendeu mais de 500 milhões de euros ao fisco. E avisa que "tudo o resto não tem sustentabilidade"
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Em conferência de imprensa, na sede social-democrata, Maria Luís Albuquerque diz que o resultado alcançado "vem mostrar que o PSD tinha razão".
"Aquele que era o cenário macroeconómico, o Orçamento apresentado e aprovado na Assembleia da República não foi cumprido como tal. Nunca permitiria alcançar um défice inferior ao do ano passado".
Depois de António Costa ter dito que o défice ficará "com conforto abaixo dos 2,5%", o PSD mantém que esse resultado só é alcançado com "medidas extraordinárias".
"Aquilo que são os resultados que assistimos agora têm a ver com uma redução brutal do investimento, nunca vista desde a década 50 do século passado, com cortes permanentes na despesa pública e através de medidas extraordinárias, portanto um plano B e um plano C ", denunciou a antiga ministra das Finanças.
"Já conhecemos os resultados do programa de perdão fiscal, não conhecemos o programa de reavaliação de ativos que deverá justificar o grande otimismo em relação às metas do défice. Recorrer a medidas de caráter extraordinário põe em causa o cumprimento no futuro, tudo o resto não tem sustentabilidade", avisa Maria Luís Albuquerque.
Questionada sobre o facto de o anterior Governo ter também recorrido a medidas extraordinárias, a antiga ministra afirma que tudo foi feito de forma "absolutamente transparente" com a apresentação de Orçamentos retificativos.
Num primeiro balanço, o Ministério das Finanças adiantou que o Plano Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES), que decorreu entre 4 de novembro e 23 de dezembro, rendeu mais de 500 milhões de euros aos cofres do Estado este ano e, ao todo, irá totalizar os 1144 milhões de euros até ao final da sua vigência.