O pedido do Presidente da República de um entendimento a longo prazo não deve estar em cima da mesa, no encontro entre Passos Coelho e António Costa.
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Chamar o PS para um entendimento a longo prazo (como pediu o Presidente da República), um acordo de incidência parlamentar para toda a legislatura, não vai estar em cima da mesa, no encontro entre Passos Coelho e António Costa.
Ao que a TSF sabe, o ponto de partida para as conversas entre os dois líderes terá de ser "realista", já que a coligação não vê no actual PS um parceiro fiável para uma relação de longo curso, sobretudo devido à instabilidade interna pós-derrota eleitoral.
A garantia de viabilização do Orçamento do Estado para o próximo ano, num prazo o mais curto possível é visto como o cenário mais provável, e classificado mesmo como a solução óptima por algumas fontes do lado da coligação. Um adjectivo justificado, mais uma vez, com o clima de instabilidade no PS.
A TSF sabe que haverá margem orçamental para que os socialistas saiam deste processo negocial com alguns ganhos de causa, mas essa margem nunca poderá resultar num aumento significativo da despesa.
Num outro plano, existe ainda a intenção de criar plataformas sectoriais de diálogo com o PS, em áreas como a Segurança Social, ou a reforma do Estado. É com essa plataforma permanente de negociação que a coligação espera ganhar tempo, e esperar por um PS mais estável, para garantir estabilidade para o resto da legislatura.
Pedro Passos Coelho já convidou António Costa para uma conversa. Na cerimónia de assinatura do acordo com o CDS, para a formação do novo governo, o líder do PSD revelou já ter convidado António Costa para um encontro, se possível, ainda esta semana.