O PSD diz que devia ter sido o governo a acautelar o apoio dos partidos aliados antes de assinar o acordo sobre a TSU. A UGT lembra que a Concertação corre o risco de ficar esvaziada.
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O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, lamentou esta quinta-feira que o acordo de concertação social esteja em causa, no final de um encontro com o líder do PSD, e desafiou que futuras alternativas sejam discutidas com todos os partidos.
No final de um encontro de cerca de uma hora com o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, Carlos Silva afirmou que "não haverá alteração do comportamento" dos sociais-democratas de, na próxima quarta-feira, votar ao lado das apreciações parlamentares de BE e PCP, o que eliminará a descida da Taxa Social Única (TSU).
"Faremos a nossa digestão interna, claramente está em causa o acordo de concertação, não por iniciativa do PSD, mas quando votar contribuirá para isso. Resta esperar qual a alternativa que o governo irá apresentar", referiu o secretário-geral da UGT, em declarações aos jornalistas, na sede nacional do PSD.
Carlos Silva manifestou ainda dúvidas se será possível encontrar uma alternativa à descida da TSU acordada em sede de concertação como forma de compensar o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN): "Será que à esquerda qualquer alternativa para compensar as entidades empresariais será aceite?".
"O apelo que fazemos é que nenhum partido fique de fora para encontrar um patamar de entendimento para futuro", apelou.
Do lado do PSD, o vice-presidente do PSD Marco António Costa acusou o Governo de "provocação" e de inverter as regras da democracia na matéria da Taxa Social Única (TSU), ao pretender o apoio da oposição quando não tem o dos "seus aliados".
"É uma inversão absoluta das regras da democracia. Consideramos que é uma provocação o que o Governo está a fazer e está a tentar alimentar artificialmente esta situação para gerar um ambiente de conflitualidade política na sociedade portuguesa", acusou o dirigente social-democrata, em declarações aos jornalistas no final do encontro com o secretário-geral da UGT.
O PSD aguarda que o Governo resolva os problemas que criou e considera que não está isolado. Sobre eventuais alternativas, os sociais-democratas esperam para ver.