Presidente do PSD regressou após uma ausência longa e defendeu a posição do partido em relação ao incêndio de Monchique.
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Rui Rio falou pela primeira vez num mês, após 31 dias de silêncio, e desvalorizou a ausência de reação aos incêndios de Monchique. O PSD falou quando tinha de falar, assegurou.
"O PSD não fala com as casas, com a mata a arder e com as pessoas a sofrer porque respeita as pessoas", frisou o presidente social-democrata que esteve esta sexta-feira em Monchique para "ouvir" a população.
Questionado sobre a ausência que chegou mesmo a espoletar críticas dentro do partido , como foi o caso de Paula Teixeira da Cruz, que lamentou "profundamente o desaparecimento do líder do PSD", o social-democrata foi perentório e garantiu que a ausência tem a ver com opções e não com férias.
"Isso não tem nada a ver. Estou a dizer que não tem nada a ver com férias. O PSD não fala com mata a arder nem depois quando ainda não sabe como as coisas são", reiterou.
No mesmo sentido, Rui Rio recordou que o vice-presidente do PSD, David Justino, fez um balanço da situação de Monchique depois de o incêndio ter sido dado com extinto.
O social-democrata atribui "responsabilidade política" no caso de Monchique, essencialmente "em tudo o que antecede o incêndio, nos meses antes, na incapacidade de organizar os organismos que têm de combater".
Sobre o comando, Rui Rio recorda que, daquilo que ouviu, "o problema também está aí, no comando e na articulação".
Durante a ausência do social-democrata, muito ficou por ser dito e os 31 dias foram sentidos dentro do próprio partido. O incêndio de Monchique foi um dos casos mais marcantes do verão, mas não foi o único. Do comboio fretado pelo PS para a festa de rentrée do partido, à gestão dos fogos pelo governo, passando pela falta de papel e tinteiros nas impressoras dos tribunais, são questões que a deputada Paula Teixeira da Cruz lamenta o tanto que tem ficado por dizer.